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Estudo brasileiro comprova que novo coronavírus afeta o cérebro e detalha seus efeitos

Estudo brasileiro divulgado nesta última quarta-feira (14/10), na plataforma medRxiv, comprova que o vírus Sars-CoV-2 é capaz de infectar células do tecido cerebral, tendo como principal alvo os astrócitos. Os resultados revelam, ainda, que mesmo os indivíduos que tiveram a forma leve da COVID-19 podem apresentar alterações significativas na estrutura do córtex, região do cérebro mais rica em neurônios e responsável por funções complexas como memória, atenção, consciência e linguagem.

A investigação foi conduzida por diversos grupos da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e da USP (Universidade de São Paulo) – todos financiados pela Fapesp. Também colaboraram pesquisadores do LNBio (Laboratório Nacional de Biociências), do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino e da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

“Nós mostramos, pela primeira vez, que ele, de fato, infecta e se replica nos astrócitos e que isso pode diminuir a viabilidade dos neurônios”, conta à Agência Fapesp Daniel Martins-de-Souza, professor do Instituto de Biologia (IB) da Unicamp, pesquisador do IDOR e um dos coordenadores da investigação.

Os astrócitos são as células mais abundantes do sistema nervoso central e desempenham funções variadas: oferecem sustentação e nutrientes para os neurônios; regulam a concentração de neurotransmissores e de outras substâncias com potencial de interferir no funcionamento neuronal, como o potássio; integram a barreira hematoencefálica, ajudando a proteger o cérebro contra patógenos e toxinas; e ajudam a manter a homeostase cerebral.

A infecção desse tipo celular foi confirmada por meio de experimentos feitos com tecido cerebral de 26 pacientes que morreram de COVID-19. Em cinco delas também foram encontradas alterações que sugeriam um possível prejuízo ao sistema nervoso central.

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