A Polícia Civil descobriu que um dia antes do médico baiano Denirson Paes ser assassinado em Aldeia, a esposa dele, Jussara Rodrigues Silva Paes, teria descoberto a senha de arquivos virtuais dele. A partir disso, ela compartilhou links para que pudesse ter acesso no próprio celular. A perícia identificou que Jussara teria feito o download de uma foto da mulher que atualmente se relacionava com o médico no dia 30 de maio, horas antes do crime. Os investigadores acreditam que naquele dia pode ter havido um “confronto” entre Jussara e Denirson. Isso porque, meia hora após o acesso à foto, o médico cancelou a viagem ao Exterior.
A mulher que pode ter sido o pivô da briga foi identificada e intimada a prestar depoimento à polícia. Segundo os autos do inquérito, ela informou que se relacionava com Denirson há aproximadamente cinco anos ininterruptos. Ela contou que eles se conheceram numa consulta cardiológica em 2007, e que passaram a se relacionar em 2009,mas que no mesmo ano o caso foi interrompido, após descobrir que Denirson era casado. Esse relacionamento foi retomado em 2013, quando Denirson procurou a mulher novamente, afirmando que “não se relacionava mais com a sua esposa, morando somente sob o mesmo teto”.
Fotos íntimas da mulher com o médico também foram encontradas no notebook de Denirson, durante perícia.
Em depoimento à polícia, Daniel Paes, filho mais novo de Denirson, confirmou que os pais já não tinham uma relação de casal há muito tempo, e que há 3 meses Jussara dormia no quarto de hóspedes. O depoimento contradiz a versão da mãe. Em entrevista à TV Jornal, na semana passada, Jussara afirmou que não tinha conflito no relacionamento com o médico.
Segundo a polícia, o fim do casamento entre Jussara e o médico, além de questões financeiras e o relacionamento extraconjugal foram determinantes para a prática do crime.
Na conclusão do inquérito, os investigadores da Delegacia de Camaragibe pontuaram que o assassinato com requintes de crueldade foi praticado apenas por Jussara e por Danilo. Os policiais descartaram que uma terceira pessoa tenha participado do crime, como foi cogitado na época em que os restos mortais foram encontrados dentro de um poço, em 4 de julho deste ano.