O empresário João Pedro Gonçalves de Oliveira, sócio de uma empresa de eventos de Vitória da Conquista, no Sudoeste do estado, é um dos procurados pela Justiça baiana, acusado de integrar uma quadrilha responsável por furtar mais de R$ 30 milhões de contas bancárias em um ano. Entre os presos, está um cantor sertanejo (ver mais abaixo).
Nesta segunda-feira (17), a Polícia Civil e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), deram início à segunda fase da Operação Open Doors. Ao todo, foram expedidos 43 mandados de prisão e mais de 40 de busca e apreensão em sete estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Santa Catarina e Pará, além da Bahia.
De acordo com o Ministério Público do Estado (MP-BA), o único mandado de prisão na Bahia estava em nome de João Pedro, que não foi localizado e passou a integrar a lista de foragidos da Justiça.
Ele foi preso em agosto do ano passado, em Minas Gerais, acusado do mesmo crime. Ele é apontado como um dos mentores da quadrilha especializada em furto mediante fraude e lavagem de dinheiro, por meio do sistema de internet banking.
Todos os envolvidos podem responder por lavagem de dinheiro, furto qualificado e organização criminosa.
Histórico de crimes
Além da prisão no ano passado, João Pedro tem registro policial desde 2007, quando foi preso em Vitória da Conquista, aos 18 anos. Ele e um amigo, de 19 anos, foram flagrado cometendo crimes cibernéticos em uma lan house da região.
À época, os jovens foram acusados de desviar dinheiro de contas bancárias com a ajuda da internet. Com eles foram encontrados cartões de créditos em nome de terceiros e comprovantes de depósito bancário. A dupla foi autuada por estelionato.
Operação
As investigações apontaram que o grupo tinha como vítimas tanto grandes empresas quanto pessoas físicas. Eles tinham acesso a dados cadastrais sigilosos e, a partir disso, entravam em contato com as vítimas ou até mesmo com departamentos jurídicos de grandes empresas e se passavam por funcionários de bancos.
Após concluir a primeira etapa, relacionada ao cadastro e contato com as vítimas, os suspeitos forjavam um processo de atualização cadastral, que direcionava as pessoas a uma página hackeada na internet. Depois de colher os dados, não demorava 20 minutos para que o dinheiro fosse transferido para contas bancárias e sacado por membros da quadrilha.
Em agosto do ano passado, a Justiça já havia expedido 33 mandados de prisão contra integrantes da quadrilha, um deles João Pedro. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP-BA pede que qualquer informação sobre o paradeiro do suspeito seja enviada ao órgão (clique aqui). A identidade do denunciante é mantida em sigilo.
Cantor hacker
O cantor sertanejo Rick Ribeiro, acusado de integrar a quadrilha, foi preso em Ponta Grossa, no Paraná, nesta segunda-feira (17). De acordo com as investigações, ele é um dos hackes do grupo e utilizava o dinheiro das fraudes para financiar clipes musicais (assista a um deles abaixo).
Segundo o Gaeco do MP-RJ, o cantor também investia o dinheiro desviado em carros de luxo. Um dos veículos foi avaliado e R$ 500 mil.