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‘Ele foi morto de forma covarde’, diz pai de músico de banda de pagode

Os óculos de Maurício Silva de Souza estavam tão embaçados pelas lágrimas, que ele sequer conseguiu ler o que estava escrito naquele papel. Aquele não era um documento qualquer. Tratava-se da liberação do corpo do caçula dos três filhos, o percussionista Mailson Oliveira, 25 anos, morto na noite de sexta-feira (23), a poucos metros de casa, na 1ª Travessa Juazeiro, na Avenida Peixe, bairro da Liberdade.
Seu Maurício passou a manhã deste sábado (24) no Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IML) e, por volta das 11h20, desceu com a mulher, Maria Raimunda Santos Oliveira, mãe da vítima, para o local onde estava o corpo do músico da banda A Invasão. Ainda na recepção, ela comentava com um familiar: “Nunca imaginei passar por isso”.
Dona Raimunda foi a primeira a ver o corpo do filho. Ela saiu da sala chorando muito e não quis falar com a imprensa. O pai também estava muito abalado. Para ele, a morte do filho foi provocada por inveja. “Ele  era músico, fazia shows em diversos bairros e comunidades, tirava fotos com um monte de gente. Tudo isso provocava a inveja de outras pessoas e, certamente, de quem fez isso com ele”.
Mailson deixa duas filhas, de 2 e 5 anos. O corpo dele será enterrado  às 16h deste sábado, no Cemitério Quinta dos Lázaros, na Baixa de Quintas.“A vida dele era correta e tinha muito para viver ainda, de forma positiva. Ele ia voltar a dar aulas nas escolas Classe 1 e 2, além da Escola Parque, que foi onde ele aprendeu percussão”, declarou o pai da vítima.
Em meio à dor de quem perde um filho de uma forma brutal, seu Maurício lamentava, mas disse não acreditar na Justiça. “Meu filho vai ser só mais uma vítima da violência. A gente, que mora em bairro violento, quando ouve tiros, já fica logo desesperado. Na sexta, quando ouvimos os disparos e só vimos dois filhos em casa, o coração apertou. Não demorou muito para a vizinha chegar com a notícia. Meu filho foi morto de forma covarde”, contou o pai, bem emocionado.
Mamai, como era conhecido no bairro da Liberdade, onde foi criado, era querido por toda a vizinhança. Em uma rede social, um amigo escreveu: “Não acredito que fizeram isso com você. Um menino bom, de família, que teve a vida interrompida assim. Vai fazer muita falta, meu mano Mailson”.
O músico chegou a se apresentar com grandes nomes da música baiana, como o cantor Márcio Victor, da banda Psirico. A banda A Invasão, que o músico tocava há cinco anos, soma milhões de visualizações no YouTube. O último clipe, postado há dois dias, já soma quase 120 mil acessos.
A Polícia Civil informou que as investigações estão em curso, mas não revelou se os suspeitos já foram identificados nem se já tem conhecimento da motivação do crime. 
Fonte: Correio
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