Um sinal vermelho pequeno nas costas serviu de alerta para a administradora Iara Barreto, 28, procurar um dermatologista. Após biopsia, veio o resultado: melanoma maligno de pele, o tipo mais raro e grave do câncer de pele. O diagnóstico assustou, mas o tratamento foi muito mais simples e tranquilo do que ela imaginava. “Como estava muito recente, tinha aproximadamente três meses, não precisei fazer tratamento com imunoterapia, nem com radioterapia ou quimioterapia. As margens do sinal vermelho estavam livres, sinal de que o câncer não tinha se espalhado para outras partes do corpo”, conta a jovem.
O procedimento foi realizado, há pouco mais de um ano, e a cura veio justamente por causa do diagnóstico precoce. Segundo o dermatologista Ricardo Libório, professor do curso de Medicina da FTC, ao perceber sinais diferentes dos demais no corpo a pessoa deve procurar um dermatologista, como fez Iara. Ainda de acordo com o médico, o mais comum é o tumor não provocar dor, mas, em alguns casos, pode apresentar sangramento e a atenção do paciente tem que ser ainda maior.
Para estimular a população para a prevenção e o diagnóstico do câncer de pele, a Sociedade Brasileira de Dermatologia realiza a campanha “Dezembro Laranja”, que terá ações de conscientização até março de 2019, ou seja, ao longo de todo o verão. A estimativa do Instituto Nacional de Câncer (INCA), é de que 6.260 novos casos de melanoma cutâneo, que é o tipo de câncer de pele originado nos melanócitos (células produtoras de melanina, substância que dá cor à pele), sejam detectados no país em 2018. Já os carcinomas basocelular e espinocelular, que são os dois tipos menos graves e que correspondem a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no Brasil, devem somar 165.580 casos este ano.
De acordo com Dr. Libório, o fator genético é importante, mas a exposição aos raios ultravioleta é o principal fator de risco para desenvolvimento do câncer de pele. Para o especialista, o movimento Dezembro Laranja é super importante. “Não é para você deixar de tomar sol agora no verão, mas tem como se prevenir da exposição excessiva. A Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda se expor ao sol até 10h ou após as 16h. É preciso evitar os momentos de maior incidência. Além disso, usar protetor solar, no mínimo, fator 30 e repor de três em três horas”, orienta Libório. (BN)