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Mamografia é a principal forma de detecção precoce do câncer de mama

Quase 80% das mulheres entrevistadas na pesquisa “Câncer de mama hoje: como o Brasil enxerga a paciente e sua doença?” acredita que o autoexame das mamas é a principal medida para a identificação precoce das neoplasias nessa parte do corpo. No entanto, especialistas apontam que, frequentemente, quando o tumor é palpável em sondagens domésticas, ele já está em estágio avançado.

A pesquisa foi aplicada pelo Ibope Inteligência, sob encomenda da Pfizer, por meio de plataforma online. O questionário foi respondido por mais de duas mil pessoas de São Paulo e das regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Curitiba.

O mastologista Mauro Assunção ressalta que a principal medida para detecção precoce de câncer de mama é a realização da mamografia. “A importância do autoexame é fazer com que a paciente passe a ter uma melhor noção do que é sua mama, então se algo diferente aparecer, ela vai saber que aquilo não estava ali anteriormente”, explica.

De acordo com a pesquisa, parte da população também desconhece o real papel da mamografia. Um quarto das mulheres ouvidas acredita que o exame só será necessário se o ultrassom apontar alguma alteração, enquanto um terço delas acha que não há necessidade de realização periódica caso a primeira mamografia apresente resultados normais.

Assunção ressalta que a recomendação médica atual é que a mamografia seja realizada anualmente em mulheres a partir dos 40 anos. Quanto ao ultrassom, ele diz que o exame pode ser aplicado de forma complementar em quem já está na faixa etária propícia para fazer mamografia.

O médico esclarece que o ultrassom de mamas só terá papel central no acompanhamento de pacientes sintomáticas com menos de 40 anos. Esse perfil corresponde a mulheres que tenham notado alterações na mama, a exemplo de nódulos, inchaço e líquido saindo do bico do peito.

“A mamografia depende do envelhecimento natural da mama para ter maior eficácia. Quando a paciente é muito jovem, tem uma mama composta ainda de muitas glândulas mamárias, o que pode obscurecer algum nódulo que a mamografia viria a identificar”, explica o especialista, sobre a aplicação do exame acima dos 40 anos. Ele acrescenta que, abaixo dessa idade, o câncer de mama também é mais incomum.

Identificação precoce

Se por um lado, a pesquisa do Ibope Inteligência aponta desconhecimento sobre a rotina de acompanhamento da saúde das mamas, ela também identificou que 33% dos participantes acreditam que o câncer se manifesta porque a pessoa não realizou todos os procedimentos preventivos necessários.

“Fazer mamografia e ir ao médico todo ano não é uma vacina contra o câncer de mama, não vai impedir que apareça. O objetivo é que, caso o câncer apareça, seja possível identificar na fase mais precoce possível”, alerta o mastologista.

Ele argumenta que os exames se encaixam na chamada prevenção secundária, que é voltada para prevenir o diagnóstico em fases avançadas, quando a pessoa vai ter de recorrer a tratamentos mais agressivos, que podem gerar danos maiores. “A mamografia pode prevenir um câncer de mama invasivo, ao permitir a identificação do câncer in situ”, destaca.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), no câncer in situ, as células cancerosas estão somente na camada da qual elas se desenvolveram e ainda não se espalharam para outras camadas do órgão de origem. Assunção acrescenta que nessa fase, o câncer ainda não tem capacidade de gerar metástase.

Outro dado apontado pela pesquisa é que 71% dos entrevistados percebem a herança genética como principal causa da doença. O mastologista esclarece que mutações genéticas na família são encontradas em cerca de 5% dos casos de câncer de mama. Segundo ele, os pacientes nos quais são identificados casos semelhantes na família, mas sem mutação genética, correspondem entre 20% e 25% do total. Os demais são os chamados cânceres esporádicos. (ATarde)

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