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Vale omitiu problemas em Brumadinho, segundo ANM


Um documento da Agência Nacional de Mineração (ANM) indica que a Vale registrou problemas na barragem B1, em Brumadinho, antes do rompimento contudo não repassou as informações ao órgão regulador do setor.

O parecer técnico aprovado pela direção da agência e indica que a Vale deixou de informar à ANM problemas encontrados em Brumadinho meses antes do rompimento. Este documento vai ser enviado ao Ministério Público Federal e às polícias Federal e Civil de Minas Gerais

Os técnicos da ANM analisaram toda a documentação da barragem, incluindo  plano de segurança e o plano de ação emergencial. Dentro desses dois planos estão todos os dados de segurança da barragem. Praticamente 8 meses antes da tragédia, no dia 6 de junho de 2018, a Vale fez uma inspeção de segurança na barragem e preencheu uma ficha com os resultados. De acordo com a ANM, a mineradora fez duas versões deste resultado.

Na versão entregue para ANM  existia somente uma foto. Mostrava uma canaleta obstruída que servia para escoar água da chuva. Os fiscais dizem que o conserto de canaletas faz parte dos procedimentos de rotina e não afeta a segurança da barragem. Contudo uma outra foto que, segundo os fiscais, não foi enviada à ANM aparece nos registros internos da mineradora.

Esta segunda imagem mostra sedimentos na saída de um dos drenos da barragem. A agência afirma que a Vale deveria ter enviado esta foto porque os sedimentos podem indicar um problema mais grave.

“Nós teríamos que ficar sabendo quase que em tempo real que estava ocorrendo isso, porque aí nós teríamos somado esforços aos esforços da empresa. A presença de sedimentos na água drenada, se não combatida, ela pode evoluir para uma situação que coloca em risco a estrutura do barramento”, declarou o diretor da ANM, Victor Bicca.

Piezômetros

O relatório também menciona os piezômetros, que são aparelhos que medem a pressão da água na barragem. Segundo a ANM, a Vale informou que “nenhum dos instrumentos atingiu o nível de alerta ou emergência no período que antecedeu ao rompimento da estrutura”.

Após a análise do  bando de dados do plano de segurança da barragem, a agência afirma que é possível verificar que alguns instrumentos entraram em nível de alerta e/ou emergência sem que a ANM tenha sido informada.

Gráficos mostram os registros das medições desses instrumentos de agosto de 2018 até o rompimento. Para a ANM, os níveis registrados eram relevantes e deveriam ter sido reportados.

“As leituras dos piezômetros – e de forma bastante destacada o piezômetro 19 – sinalizaram que, no início de dezembro de 2018 até meados de janeiro, de que havia uma leitura que colocava aquele piezômetro em nível de emergência (…). Significa que tinha muita água na estrutura e que essa água precisava ser drenada, porque, em não sendo drenada, aumenta o risco de colapso, aumenta o risco de ruptura da estrutura”, explicou Bicca. *BNews.

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