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Cientistas não assinam estudo sobre a Amazônia com receio de represália do Governo

Parte dos cientistas envolvidos no estudo sobre o aumento de queimadas na Amazônia no último ano, publicado na revista científica Global Change Biology, na última sexta-feira (15), optaram por não assinarem o documento. De acordo com a Folha de S. Paulo, a opção pelo anonimato é devido ao medo de uma possível represália do governo Jair Bolsonaro.

“Alguns colaboradores recusaram a coautoria neste trabalho para manterem-se no anonimato. Lamentamos que isso fosse necessário e gostaríamos de agradecê-los por sua importante contribuição”, diz trecho do estudo.

Desde agosto, quando o tema voltou à tona, membros do governo chegaram a minimizar as queimadas no Brasil. Em reunião fechada com empresários nos Estados Unidos, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou que os satélites utilizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inep) não eram capazes de distinguir “grandes incêndios” de “fogueiras de acampamento”.

O próprio ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, também encontrou outro motivo para as queimadas, como o clima mais seco do bioma, argumento refutado pelo estudo da Global Change Biology.

Coautora do estudo, a pesquisadora Erika Berenguer, da Universidade Oxford e Universidade de Lancaster, garantiu que “o fogo faz parte do desmatamento”. 

““Eram plumas de fumaça gigantescas. Isso indica que não eram capim e meia dúzia de árvores queimando. Era muito matéria orgânica.”, explica.
Como os resultados da pesquisa contrariam o discurso de membros do governo, alguns cientistas ficaram com medo de retaliação. Para Jos Barlow, pesquisador da Universidade de Lavras, existe um “clima de perseguição”.

“Há clima de perseguição […] Dados e evidências podem gerar descontentamento no governo”, resume. *BNews.

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