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Procura pelo Seguro-Desemprego cresce 97% na Bahia

Lúcio Santana tinha pouco mais de um ano trabalhando como vendedor em uma loja de departamento em um shopping da capital baiana quando começaram as medidas de isolamento social na cidade. Ele foi demitido, junto com outros colegas e precisou dar entrada no seguro-desemprego no início do mês de abril. 

Essa realidade é cada vez mais recorrente na Bahia. Números do Boletim Seguro-Desemprego levantados pelo Ministério da Economia apontam que, em 2020, o número de entradas solicitando o benefício cresceu em 97% aqui no Estado em relação ao mesmo período do ano passado. Enquanto na primeira quinzena de maio de 2019 foram 12.971 pedidos, neste ano o número saltou para 25.601.

Superintendente de Desenvolvimento do Trabalho do Estado, Marcelo Gavião afirma que não esperava que o resultado fosse diferente por contra da matriz econômica da região que tem uma parcela significativa de sua economia voltada para o comércio e serviços. A pandemia afetou esses setores de forma direta: lojas fechadas, menos gente na rua para fazer compras. O baque era inevitável.

O comércio, por exemplo, perdeu 9.582 postos de trabalho em todo o estado durante o último mês de abril e puxa para cima uma outra estatística complicada: o saldo negativo registrado neste ano já “anula” o conquistado em 2019, quando a Bahia foi o estado que mais gerou empregos no Nordeste e o 5º que mais gerou no país.

“Apenas no mês de abril perdemos todo o saldo positivo do ano passado. A equação entre o número de constratados e demitidos gerou um número positivo, em 2019, de 35 mil postos. Ou seja: somando o número de contratados e subtraindo das demissões, tivemos um saldo positivo no ano passado. Só em abril de 2020 esse saldo inverteu para 32 mil postos negativos”, explica.

Por outro lado, o superintendente afirma que outros setores passaram a gerar empregos em Salvador e Região Metropolitana: alimentos e supermercados por exemplo. Segundo Gavião, no último mês de abril houve registro de empresas que ampliaram o quadro de funcionários já que a demanda cresceu com as pessoas dentro de casa.

Há pessoas que vivem um drama ainda mais delicado. Estudante de psicologia, Raissa Calmon trabalhava no setor de atendimento para um aplicativo até dezembro do ano passado, quando houve um corte em massa. Ela deu entrada no seguro-desemprego, que recebeu durante cinco meses.

Ela não conseguiu se recolocar no mercado durante esse tempo. Nos três meses entre a demissão e o início da pandemia a oferta de trabalho estava escassa. Resultado: precisou abrir mão de alguns sonhos que já havia conquistado como independência e sua própria casa para retornar à casa da mãe.

“Já estava muito difícil encontrar emprego ante da quarentena e piorou depois disso. Estou em isolamento em março e se tornou impossível sair e arranjar um novo emprego”, conta.

Do dia 7 a 22 de maio, a Unidade Central do Sistema Nacional de Emprego na Bahia (SineBahia) realizou 18.211 atendimentos relacionados a entradas no Segudor-Desemprego. O tipo de atendimento mais utilizado foi o de orientações para solicitar o benefício por meios digitais. Fonte: Correio24horas.

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