Vítima da Covid-19, um casal morador do Gama, no Distrito Federal morreu com apenas 14 horas de diferença. Casados há 42 anos, Francisca Vieira Lima , de 64 anos, e José Ariston Nogueira de Lima, de 69 anos, estão entre as 1.605 mortes registradas na capital até a noite de quarta-feira (5).
De acordo com uma das filhas do casal, José Ariston faleceu por volta de 18h30 de terça-feira (4), já Francisca Vieira, morreu às 8h de quarta. Ao G1, a bancária Patrícia Vieira Lima, de 38 anos, contou que os pais deixaram um ensinamento: “o amor vai muito além da vida”, aponta.
“Eu e minhas irmãs entendemos como cumprimento de uma missão e que eles só podem ser almas gêmeas.”
Segundo a bancária, a história de amor dos pais começou em 1978, em Fortaleza, quando José se apaixonou por uma foto de Francisca. “Ele foi buscar o aluguel para o tio dele, na casa da minha vó, e viu a foto dela”, explica.
Patrícia contou à reportagem que o casal estava em Brasília desde 1979. Francisca e José tiveram três filhas e gostavam de viajar juntos.
“Eles eram os pais mais cuidadosos, amorosos e dedicados do mundo.”
Devido ao risco de transmissão, a pandemia provocou alterações no protocolo dos sepultamentos. Segundo orientação da Secretaria de Saúde, em casos de morte pelo novo coronavírus, não pode haver velório, apenas o sepultamento.
Francisca Vieira Lima e José Ariston Nogueira de Lima foram enterrados juntos, na tarde desta quarta-feira (5), no cemitério do Gama. A família acompanhou o sepultamento a distância.
Ainda muito abalada, a filha do casal reafirma a necessidade de ter todos os cuidados diante do coronavírus. “Mesmo que você seja jovem e saudável, pode acabar transmitindo o vírus para um idoso que convive ou que tem contato com você. Eles são sempre o elo mais fraco”, afirmou Patrícia. (G1)