O governo federal estuda repetir com a soja, o que fez com o arroz na quarta-feira (10): reduzir a zero a tarifa de importação, hoje em 10%, até o fim deste ano, de uma quantidade limitada do produto que vier de países fora do Mercosul. De acordo com o Globo, sem planos de controlar diretamente a formação de preços dos alimentos e com os estoques cada vez mais baixos, a ideia é aumentar a oferta no mercado doméstico, o que contribuiria para reduzir o preço.
Mas, segundo especialistas, com o dólar alto, o produto importado ainda chegaria aqui com preço elevado. O cenário cambial também estimula produtores brasileiros a exportarem soja.
No caso da soja, a avaliação é que a forte concentração das exportações para o mercado chinês poderá prejudicar as indústrias de óleo de soja e derivados do produto, também usado como ração animal. Os EUA poderiam fornecer o produto ao Brasil temporariamente com o imposto menor. Hoje, já se importa soja paraguaia.
Além do óleo de soja, o farelo é usado como ração animal e seu preço influencia no valor final de carnes suínas e bovinas. E vários alimentos processados, como maioneses e achocolatados, usam derivados da leguminosa na sua produção.
Segundo uma fonte da área econômica, a combinação entre preços elevados dos alimentos no mercado externo e real desvalorizado frente ao dólar vai estimular ainda mais as exportações do agronegócio, incluindo a soja. Com isso, o produto pode faltar ou ficar mais caro.
No entanto, Bolsonaro negou intenção de tabelamento ou outro tipo de intervenção no mercado. (Bahia Notícias)