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Pugilista baiana disputa tri em último torneio antes do Pré-Olímpico

A seleção brasileira feminina de boxe será representada por cinco atletas em um tradicional torneio disputado na Bulgária, no qual a campeã mundial Bia Ferreira lutará pelo tricampeonato. Liderado pelos técnicos Amônio Silva, da Bahia, e Mateus Alves, do Rio Grande do Sul, o grupo viaja neste domingo, 18, depois da fase de treinamentos realizada no ginásio Joerg Bruder, em Santo Amaro, no interior paulista.

A preparação só foi interrompida para os testes regulares da Covid-19, cumprindo o rígido protocolo das autoridades sanitárias paulistas já visando chegar em condições integrais de saúde no território europeu. “Tomamos todos os cuidados, treinando separados os atletas, mas sempre fica aquele medo de alguma dela dar positivo. Não tem nem como trocar as passagens”, disse o treinador Amônio Silva, apelidado de Mone, quando supervisionava testes da equipe às vésperas da viagem.

A sétima edição do International Boxing Tournament “Balkan” Botevgrad, que será disputado mais uma vez em Sofia, na Bulgária, traz boas recordações à baiana Beatriz Ferreira. Foi nesse torneio, do qual participaram boxeadoras de 26 países em 2018, que Bia sagrou-se bicampeã. Na época, a baiana superou a russa Anastasia Belyakova na semifinal, por decisão unânime, antes de confirmar o título. Bater Belyakova foi emblemático, pois a russa era a única que a tinha vencido na temporada anterior.

Exatamente em outubro do ano passado, na Rússia, Bia conquistou a medalha de ouro inédita no Campeonato Mundial. O título da categoria até 60 kg foi confirmado ao ela derrotar a chinesa Cong Wang na final. Antes do embarque para a Bulgária, Bia confessou ao A TARDE estar ansiosa pela chegada dos Jogos Olímpicos, sua principal competição na carreira. “A gente tem uma noção mais ou menos de quantos dias faltam, mas acho que todo mundo fica ansioso. A gente esperou um ano para as Olimpíadas e, de repente, vai ter de esperar mais um ano. Mas a contagem regressiva está sendo mesmo para o Pré-olímpico, em março do ano que vem, na Argentina”, comentou ela .

A boxeadora baiana antecipou também que já está enxergando Tóquio bem perto e esse pouco que falta acelera a ansiedade, embora seu alvo no momento seja o torneio que vai selecionar os classificados para Tóquio-2021. “Eu acredito muito que do jeito que eu estou treinando, me dedicando, eu vou conseguir ir para Tóquio, mas é claro que a ansiedade bate forte, então, estou ansiosa para o chegar o Pré-olímpico. Quero ter a certeza de carimbar o passaporte e alcançar mais uma meta”, disse a lutadora.

Bia antecipou estar aguardando expectativa igual por parte de suas principais concorrentes em relação ao Pré-olímpico. Talvez, no mesmo nível dela própria. “Acredito que as todas as minhas adversárias estejam se preparando bem, não vai ser fácil, vai ser dureza. Estou focada no Pré-olímpico, todos os dias eu acordo pensando nele. Esse é o meu foco principal, para representar o meu país. Então, seja quem vier, vamos para cima”, declarou Bia.

A participação no torneio na Bulgária vem a calhar para quem como ela e suas quatro colegas de seleção tiveram pouca ou quase nenhuma chance de bater de frente com algumas concorrentes. “Esse campeonato é muito importante, como todos os outros, eu dou a mesma atenção como se fosse um Mundial. Eu sempre vou bem preparada e com muita confiança e vontade de vencer e de trazer a lembrancinha para casa, como eu fico brincando sempre, que é uma medalha”, afirmou.

Segundo a própria campeã mundial e o técnico Amônio Silva, a equipe feminina, apesar de bastante enxuta, vai muito forte com chances de medalhas em todas as categorias. Bia, que representará a categoria até 60 kg, terá a companhia da paulista Graziela Jesus (51 kg), de Mogi das Cruzes, atual campeã brasileira e campeã do último torneio International Silesian na Polônia. Na categoria 57 kg, a titular será Jucielen Romeu, de Rio Claro (SP). Ela é também atual campeã brasileira e medalha de prata nos Jogos Pan-americanos de Lima-2019, no Peru.

A xará de Bia, diferenciada pelo sobrenome a lutadora da categoria 69 kg, Beatriz Gomes, atual campeã brasileira representante de São José dos Campos, também no interior paulista. Por último, na categoria até 75 kg, a seleção brasileira contará com a representante de Campinas (SP), Flávia Figueiredo. Ela também foi medalha de ouro no XIV International Silesian na Polônia e bronze nos Jogos Pan-americanos de Lima. Uma característica em comum com as cinco atletas é que todas elas têm a patente de sargentas das Forças Armadas.

Última chance

Para o técnico Mone Silva, a viagem foi necessária por conta de ser este o último torneio que poderia ajudar na preparação para o Pré-olímpico. O esforço em conseguir um lugar para manter as atletas em atividade deu trabalho, segundo ele. “Elas treinaram em São Paulo, mais trabalho de musculação, porque ainda não foi liberado totalmente o centro de treinamento”, explicou, acrescentando que apesar da paralisação foi feito um esforço conjunto entre técnicos e atletas para que ninguém ficasse totalmente parado.

Os resultados serão testados no torneio europeu, onde na última competição disputada pela equipe havia cerca de 26 países. “Isso foi sem ter havido pandemia. Agora, pelo fato da paralisação ter suspendido várias competições ou cancelado, todos os países que puderam vão aproveitar para enviar seus atletas”, previu Mone, acrescentando que equipes olímpicas de boxe do Brasil chegaram ao interior paulista desde julho para treinamento. Depois, a base delas viajou para treinar 35 dias em Portugal, na Missão Europa, promovida pelo COB e que deverá encerrar-se em dezembro. Fonte: A Tarde

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