A morte de uma mulher de 18 anos tem movimentado o município de Santo Amaro, no Recôncavo da Bahia. Tainara Batista Gonçalves foi baleada junto com um homem, Bruno Gabriel Souza dos Santos, e uma terceira pessoa, que não teve a identidade revelada. De acordo com familiares da jovem, apenas Bruno era o alvo da ação. Uma manifestação para pedir celeridade nas investigações foi marcada para esta quinta-feira (28/10).
O crime aconteceu por volta das 15h30 do último domingo (25/10), na localidade do Bariri, no bairro do Sacramento. Em nota, a Polícia Civil informou que os três estavam em um bar, quando dois homens chegaram a bordo de uma motocicleta, usando capacetes e camisas sociais, e atiraram. Bruno morreu no local. Também baleados, Tainara e a terceira vítima foram socorridas. Mesmo levada para uma unidade de saúde, a jovem não resistiu.
Nas redes sociais, um policial militar é apontado como um dos executores. A corporação confirmou, também por meio de nota, que o agente se apresentou na Delegacia Territorial de Santo Amaro. O nome dele e a patente não foram revelados. “No entanto, não há como afirmar que o referido PM é um dos autores dos disparos, pois os suspeitos estavam utilizando balaclava, dificultando a identificação”, defende o comunicado.
A mãe de Tainara, Isabel Batista, conta que só não estave presente no momento do crime porque tinha ido ao banheiro. “Era uma reunião de mulheres. Estávamos Tainara, eu, as irmãs e umas amigas. Não era uma festa de ‘paredão’, tínhamos uma pequena caixinha de som e ‘tava’ tocando música, mas não era festa, estávamos sentadas, com crianças junto”, relembra. Ela conta ainda que só não houve mais pessoas baleadas porque todos comearam a correr. “Foram muitos tiros, muitos disparos. Depois que terminou de matar o rapaz, ainda saíram dando tiro pra cima”, conta.
Tainara, que foi atingida na cabeça, deixou uma filha de 10 meses. A idade seria comemorada em uma festa na próxima sexta (30/10). “A minha filha era tudo pra família. Ela já chegou à reunião dizendo que não iria demorar porque tinha que cuidar da filha e dar o remédio para a avó, que teve um AVC. Ela era muito responsável”, lembra. Isabel sustenta que a criança tem chorado, procurando pela mãe e chegou a ter quadros de febre, enquanto a avó, debilitada pela doença, parou de falar e fica sempre com a mão fechada e olhando em volta, como se procurasse pela jovem de 18 anos.
“Não temos o que provar, não temos o que falar, não vimos nada dos suspeitos, foi tudo muito rápido. Nós só queremos Justiça pela família que foi destruída pela morte de Tainara”, desabafa a mãe. A redação do Aratu On tentou entrar em contato com o delegado responsável pelo caso, mas a polícia disse apenas que “a autoria e a motivação do crime ainda são desconhecidas e serão apuradas pela 1ª Delegacia Territorial, em Santo Amaro”.
Leia a matéria original em AratuOn