Uma reportagem da revista Piauí divulgada nesta semana revelou detalhes sobre os casos de assédio sexual e moral denunciados contra o ator e roteirista Marcius Melhem na época em que o artista era diretor do programa humorístico Zorra. As principais informações divulgadas são em relação aos atos sofridos por Dani Calabresa, que foi a primeira mulher a levar a situação à alta cúpula da Rede Globo.
A publicação é iniciada com a descrição de uma festa de confraternização do elenco do Zorra, quando Melhem teria encurralado Dani Calabresa na saída do banheiro, forçando beijos, usando de força para imobilizá-la e colocando o pênis para fora da calça. Ela conseguiu se desvencilhar do então chefe, reencontrando os colegas e sendo confortada por Luis Miranda e George Sauma, também do elenco do Zorra na época, durante uma crise de choro.
Os relatos dão conta da tentativa da artista em seguir a carreira mesmo com a proximidade de Melhem. Apenas após deixar o elenco do Zorra e se mudar para os Estados Unidos, Dani Calabresa teve coragem para denunciar os fatos, que foram levados para a chefe de Desenvolvimento e Acompanhamento Artístico (DAA), Monica Albuquerque. A revista revela que a primeira decisão em relação ao fato foi recomendar uma terapia ao acusado, sem nenhuma advertência.
Em seguida, o caso foi levado a Carlos Henrique Schroder, então diretor da área de entretenimento, esporte e jornalismo da emissora, que mandou que uma investigação fosse feita. Durante a condução da investigação, novos casos contra o então diretor do Zorra apareceram. Três atrizes falaram do incômodo de contracenar com ele e citaram situações em que Melhem roçava o pênis ereto nelas.
Questionado pela revista, Marcius Melhem decidiu não dar entrevista alegando que “a sentença” do caso “já estava dada”.