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Com lives, encontro literário debate a cultura e as religiões de matriz africana

O I Encontro Literário Ori foi aberto na noite desta terça-feira (9), com uma live transmitida pelo canal do evento no Youtube. Até quinta-feira (11), sempre a partir das 19h, nomes da literatura, religiosidade e música debatem e contam vivências sobre a ‘A cultura e as religiões de matriz africana’. Esse é o tema da iniciativa, que tem o apoio do governo estadual, por meio do Prêmio Fundação Pedro Calmon (FPC), do Programa Aldir Blanc Bahia.

Mediada por uma das curadoras da festa literária, a jornalista Cleidiana Ramos, a mesa de abertura trouxe a temática ‘A filosofia inspiradora do Candomblé́’, com a participação da cantora Margareth Menezes e da ialorixá do Terreiro do Cobre, Mãe Valnizia Bianchi, autora de diversos livros, entre eles ‘Resistência e Fé’, uma autobiografia escrita em 2009.

A leitura e a escrita devem estar próximas de todos, destacou Mãe Valnizia ao explicar como se tornou escritora. “Eu queria contar coisas da minha história, mas achava que não poderia, por não ter vivência acadêmica. Uma vez, contei tudo para um francês e acabei me perguntando por que estava falando para ele e não para meus semelhantes. Conversei com meu neto, minha família, e foi a partir daí que comecei a escrever sobre tudo, inclusive casos de infância e sobre a experiência no terreiro”, detalhou a ialorixá.

Grande nome da música nacional, Margareth, além de falar das próprias experiências, cantou canções que fazem parte da cultura afro e das religiões de matriz africana, inclusive uma que fala do acarajé, ícone da culinária baiana de origem africana. “A comida afrobaiana, essa comida que foi desenvolvida aqui com influências africanas, é muito rica, é ancestral, detentora de uma qualidade incrível e também saudável, forte”, disse.

Ori

Diretor artístico do evento, o ator Jackson Costa ressaltou a importância do apoio do Estado. “A verba chegou e com ela pudemos fazer essa festa literária, mas não da forma como foi pensada, presencialmente e atingindo apenas quem estivesse em Salvador. Agora, o evento está para o mundo todo, trazendo uma discussão a respeito do grande legado que a cultura africana traz e que influencia todos os povos”, lembrou.

O I Encontro Literário Ori foi um dos 120 projetos culturais selecionados na categoria Livro e Leitura do Prêmio FPC e visa à formação de leitores e mediadores de leitura, bem como à democratização do acesso aos livros em diferentes suportes.

“O que a fundação, que é um braço da Secretaria da Cultura do Estado, está fazendo é apoiar uma iniciativa criativa, talentosa e com uma temática extremamente rica e importante”, reforçou o presidente da FPC, Zulu Araújo. O evento é realizado pela HF e a Pau Viola Entretenimento.

Programação

Na segunda noite de programação (10), será a vez do debate sobre a ‘Fé no Carnaval – O terreiro no meio da avenida’ com a liderança do Terreiro São Jorge Filho da Gomeia e presidente do bloco afro Bankoma, Maria Lúcia Neves, MametoKamurici; o presidente do bloco Cortejo Afro, Alberto Pitta; e o cantor Gerônimo. A jornalista Meire Oliveira fará a mediação.

No terceiro e último dia (11), o debate será conduzido pelo jornalista André Santana e abordará a ‘Dança e canto sagrados: a arte de encantar o corpo’, reunindo José Carlos Arandiba, o Zebrinha, e a sacerdotisa do Ilê Axé KaleBokun, Mãe Vânia Amaral, potências da dança baiana.

Nos três dias, o cenário da festa literária é o estúdio da Galeria Triângulo, do fotógrafo Álvaro Villela, no Pelourinho. O pano de fundo é a exposição ‘Faces’, que traz retratos de moradores de duas comunidades quilombolas localizadas no município de Rio de Contas. As mesas podem ser acompanhadas pelo no canal do projeto no YouTube. Basta o internauta abrir a plataforma de vídeos e fazer a busca por Encontro Literário Ori.

Leia a matéria original em Bahia.Ba

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