Com a Bahia batendo recordes de mortes por conta da pandemia do novo coronavírus, a venda de caixões nas funerárias do estado aumentou consideravelmente. Porém, as fábricas tem alegado falta de matéria-prima e, por isso, as encomendas do leito funebre estão atrasadas, fazendo com que as funerárias fiquem vazias.
De acordo com a Secretária de Ordem Pública (Semop), apenas no mês de março, houveram 721 sepultamentos nos cemitérios municipais de Salvador. Desses, 309 foram vítimas do novo coronavírus. O órgão informou que, para atender a demanda, 1125 novas vagas de gavetas devem ser abertas no cemitério de Plataforma.
Com o aumento das vendas, o dono de uma funerária, Marcelo Picon, tem se preocupado com uma possível falta do produto. Ele contou a equipe da TV Aratu que, antes da pandemia, uma ‘nova coleção’ de caixões chegava a cada semana. Porém, com as regras de distanciamento social, que influenciaram no funcionamento das fábricas e das madereiras que produzem a matéra-prima, as encomendas têm demorado mais de um mês para serem descarregadas na loja.
Outro proprietário de funerária, Luciano Rode, sofre do mesmo problema. Na loja dele, por exemplo, já não há mais caixões para obesos, que costumam solicitar urnas maiores e mais reforçadas. Como a obesidade é um dos fatores de risco para a Covid-19, o produto tem tido uma grande procura.
FÁBRICA
As fábricas de caixões afirmam que não há como entregar os produtos por falta da matéria-prima principal: madeira. Uma fábrica localizada em Santo Antônio de Jesus, por exemplo, vai parar a produção por duas semanas e dar férias coletivas aos funcionários, já que não há material para trabalharem.
O problema se repete na Urna Castro, localizada no município de Castro Alves. Lá, a previsão é parar a produção de caixões adultos na próxima semana, também por falta de madeira. Outros componentes que servem de matéria-prima para os acessórios, como os metais usados nas alças do caixão, tiveram que ser substituídos por aumentarem de preço durante a pandemia.
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