O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse aos apoiadores, na manhã desta quarta-feira (14/4), no Palácio da Alvorada, que o Brasil está no limite e, sem ser específico, afirmou que aguarda “uma sinalização do povo” para “tomar providências”. O mandatário fazia menção ao Supremo Tribunal Federal (STF). Ele ainda afirmou que o Brasil é um “barril de pólvora”.
“Agora, eu não quero aqui brigar com ninguém, mas estamos na iminência de ter um problema sério no Brasil. O que que vai nascer disso tudo? Onde vamos chegar? Parece que é um barril de pólvora que está aí”, disse Bolsonaro ao comentar o pedido da ministra Cármen Lúcia para que o STF julgue notícia-crime contra o chefe do Executivo nacional.
Segundo o gestor, há “gente, de paletó e gravata que não quer enxergar” a situação brasileira. “Acha que a vida é o serviço dele, em casa, ou home-office, paletó e gravata, com dinheiro na conta no fim do mês, e o povo que se exploda”, apontou.
“Brasil está no limite, pessoal fala que devo tomar providência… Estou aguardando o povo dar uma sinalização porque a fome, a miséria e o desemprego estão aí, só não vê quem não quer”, completou. Apesar das declarações, Bolsonaro disse que não está ameaçando ninguém com seu discurso. “Mas estou achando que brevemente teremos um problema sério no Brasil. Dá tempo de mudar ainda. É só parar de usar menos a caneta e um pouco mais o coração”.
Sobre o ministro Luís Roberto Barroso, que determinou a instalação da CPI da Covid no Senado, ele repetiu tratar-se de interferência da Corte. “Quando eu vi, fiquei chateado. Por que fiquei chateado? Por que investigar omissões minhas e não de quem pegou dinheiro na ponta da linha? É uma interferência, sim, desse ministro junto ao Senado para me atingir”, criticou, dizendo que isso tem criado animosidade. “Agora, repito, a temperatura está subindo, a população está cada vez em situação mais complicada”.
CPI DA COVID
Nesta quarta, o STF julga o mandado de segurança autorizado pelo ministro Luís Roberto Barroso que obriga o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), a instalar a CPI da Covid-19. O pedido liminar foi deferido por Barroso na última quinta-feira (8/4). O autor da ação é o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Fonte: AratuOn