A Universidade Federal da Bahia (Ufba) não vai encerrar as atividades em 2021. Isso é, pelo menos, o que garantiu o vice-reitor da instituição, Paulo César Miguez de Oliveira, em entrevista ao CORREIO. “Se alguém parar a universidade, não será a universidade. Será alguém de fora. Nós não pararemos. Essa casa vai manter as portas abertas”, disse.
A possibilidade de encerrar ou suspender as atividades entrou em questão depois dos cortes feitos pelo governo federal nas instituições federais de ensino. Só na Ufba, a redução é de 18,7% do orçamento de 2020, quando a universidade tinha disponível cerca de R$ 163 milhões. Agora, em 2021, são apenas R$ 132,8 milhões. Esse valor é inferior aos 133,3 milhões do orçamento de 2010, quando a universidade tinha 15 mil alunos a menos, segundo Miguez.
“Vamos lidar com isso com as armas que temos de melhor: produzir conhecimento no limite das possibilidades, fazendo os semestres com atividade remotas por causa da pandemia, realizando congressos e em modo resistência”, disse. Já a reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) foi mais dura nas declarações e admitiu a possibilidade de fechar em julho, em artigo no jornal O Globo.
Na universidade fluminense, o orçamento de 2021 será de R$ 299 milhões, menor do que os R$ 306 milhões de 2020. No entanto, segundo a reitoria, desse dinheiro, somente R$ 146,9 milhões foram liberados e, do valor, R$ 65,2 milhões já foram utilizados, restando apenas R$ 81,7 milhões para a instituição. Os outros R$ 152,2 milhões ainda aguardam aprovação do Congresso Nacional, o que não tem data para apreciação.
Já na UFBA, o professor Miguez explicou que, atualmente, a instituição conta com 40% dos R$ 132,8 milhões de orçamento em 2021. O restante está condicionado a essa mesma aprovação legislativa, o que ele avalia como “perverso”. “Ano passado também foi assim. Eles só aprovaram no momento do ano em que não é possível mais fazer edital e os contratos ficam atrasados. Nós precisamos que o orçamento já tenha agora em junho uma aprovação legislativa”, disse. Ainda que isso não aconteça, a ordem dentro da instituição baiana é resistir. (Correio)