Meses depois do rompimento da parceria entre Neymar e Nike, o motivo foi evidenciado. De acordo com a empresa, o jogador não colaborou com uma investigação sobre um suposto assédio do brasileiro a uma funcionária da multinacional. A reportagem foi do “Wall Street Journal”.
A funcionária da Nike denunciou em 2018, que Neymar tentou forçá-la a fazer sexo oral em seu quarto de hotel em uma viagem do jogador a Nova York. Um porta-voz do jogador negou as acusações. “Neymar Jr. se defenderá vigorosamente contra esses ataques infundados caso alguma reclamação seja apresentada, o que não aconteceu até agora”, diz nota enviada pela representante do brasileiro.
Através da conselheira geral da empresa, a Nike justificou a quebra de contrato alegando que Neymar se negou a colaborar com as investigações do caso, que teria ocorrido em 2016. “A Nike encerrou seu relacionamento com o atleta porque ele se recusou a cooperar em uma investigação de boa-fé de alegações confiáveis feitas por uma funcionária de irregularidades cometidas”, declarou Krane, ao jornal norte-americano.
Em nota oficial, a Nike afirmou que a investigação foi inconclusiva. “A investigação foi inconclusiva. Não emergiram fatos suficientes que nos permitam falar substancialmente sobre o assunto. Seria inapropriado para a Nike fazer uma declaração acusatória sem poder oferecer fatos que a suportem. A Nike encerrou sua relação com o atleta porque ele se recusou a cooperar em uma investigação de boa-fé de alegações críveis de uma funcionária. Continuamos respeitando a confidencialidade da funcionária e reconhecemos que essa tem sido uma longa e difícil experiência para ela”.
Segundo o Wall Street Journal, Neymar e Nike ainda tinham um contrato de oito anos quando o vínculo foi encerrado, em setembro do ano passado. A Puma, nova parceira do jogador brasileiro em um acordo multimilionário não comentou sobre o tema.
A versão do jogador
No comunicado enviado à AFP, a Nike explicou que estava “profundamente preocupada com as acusações de agressão sexual feitas em 2018 por uma de suas funcionárias contra Neymar Jr”.
”Como pode sair uma notícia dessa?”, questionou o pai do jogador, Neymar da Silva Santos, em declarações ao jornal Folha de S. Paulo, nas quais acusou a empresa de “chantagem”. “É muito estranho tudo isso agora. O Neymar nem conhece essa moça”.
“Muito estranho, todos saem da Nike e são acusados assim. Muito estranho, isso aconteceu com o Cristiano Ronaldo, com o cara lá do basquete que morreu, o Kobe (Bryant), eles passam a ser denegridos, como o Neymar está sendo acusado falsamente agora”, afirmou.
No comunicado, a Nike informou que estava pronta para investigar o incidente em 2018, quando a funcionária relatou o suposto assédio internamente, mas “respeitou o desejo inicial da funcionária de manter o assunto confidencial e evitar uma investigação”.
A Nike explicou que, a pedido da mulher, não fez qualquer denúncia na justiça até 2019, quando a funcionária finalmente decidiu pela investigação do caso.
“Seguimos respeitando a confidencialidade da funcionária e também reconhecemos que esta tem sido uma experiência longa e difícil para ela”, continuou a empresa.
Citando documentos e pessoas não identificadas, o WSJ relatou que a Nike contratou advogados do escritório Cooley LLP para começar uma investigação em 2019 e, enquanto isso, decidiu por não contar com Neymar em atividades de marketing.
A assessoria de Neymar disse ao WSJ que ambas as partes conversavam sobre o caso até 2019. “É muito estranho que um caso que supõe-se ocorreu em 2016, com acusações de uma funcionária da Nike, venha à tona apenas nesse momento”, declarou ao jornal.
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