O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) admitiu ter se equivocado ao dizer que o Tribunal de Contas da União (TCU) possuía um relatório onde o número de mortes por Covid-19 em 2020 seria 50% menor do que o registrado. A declaração aconteceu em conversas com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, na manhã desta terça-feira (8/6).
Na segunda-feira (7/6), o presidente afirmou que que estava divulgado “em primeira mão” um relatório do TCU que apontaria um número menor de mortos por Covid-19 do que o divulgado. Entretanto, o TCU divulgou nota afirmando que “não há informações em relatórios do tribunal que apontem que ’em torno de 50% dos óbitos por Covid no ano passado não foram por Covid’, conforme afirmação do presidente Jair Bolsonaro”.
“O TCU está certo. Eu errei quando falei tabela, o certo é acórdão. O que acontece: tem uma lei complementar do ano passado que diz que a distribuição de verbas do Governo Federal para estados leva-se em conta alguns critérios. O mais importante era a incidência de Covid. E o próprio TCU dizia o que? Que essa lei complementar poderia incentivar uma prática não desejável da supernotificação de Covid para aquele estado ter mais recurso”, corrigiu.
O acórdão citado pelo presidente faz parte de um processo de acompanhamento da gestão do Governo Federal durante a pandemia de Covid-19. As críticas do presidente, contudo, foram direcionadas aos governadores por terem tomado medidas de isolamento social, medida recomendada para a diminuição da proliferação do vírus. Para o mandatário, essas medidas foram adotadas para justificar a destinação de mais recursos do Governo federal.
“Quem pagou a conta alta com essas políticas de supernotificação, que tinham que ser justificadas por lockdown, por toque de recolher? O mais pobre, que perdeu sua renda, em especial ali a gente chama aquele cara que vendia churrasquinho de gato, vendia água no sinal, o informal. São aproximadamente 38 milhões de pessoas no Brasil”, afirmou.
“Agora, nós vamos para cima agora para exatamente apurar quais os estados que fizeram supernotificação em busca de mais dinheiro”, prosseguiu.
Desde o início da pandemia de Covid-19, que já matou mais de 474 mil pessoas no Brasil, Bolsonaro já questionou diversas vezes os números de óbitos, mas nunca apresentou evidências.
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