A Polícia Federal não encontrou nenhum registro de inquérito aberto sobre a compra da vacina covaxin, como o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teria prometido ao deputado federal Luís Miranda (DEM-DF). A informação é da Folha de S.Paulo.
Na última quarta-feira, 23, o deputado governista Luís Miranda afirmou ter encontrado o presidente Jair Bolsonaro para denunciar indícios de irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin pelo Ministério da Saúde.
Segundo o parlamentar, Bolsonaro prometeu acionar a Polícia Federal para investigar o caso. “Para poder agir imediatamente, porque ele compreendeu que era grave, gravíssimo”, disse Miranda.
O irmão do deputado, Luís Ricardo Fernandes Miranda é chefe da divisão de importação do Ministério da Saúde e relatou ao MPF (Ministério Público Federal), em depoimento em 31 de março, ter sofrido pressão incomum para assinar o contrat de aquisição do imunizante, com pagamento antecipado e sem previsão para o recebimento da vacina.
A CPI da Covid-19 já investiga a compra. De acordo com a CPI, o presidente Bolsonaro esteve pessoalmente ligado às negociações para agilizar a compra do imunizante, enquanto ao mesmo tempo, não respondia ou facilitava negociações com a Pfizer e o Instituto Butantan.
“Foi a única aquisição que teve um telefonema do presidente da República para o primeiro-ministro, indicando para primeiro-ministro a preferência do Brasil pela aquisição da Covaxin com todos esses problemas. E, além do mais, foram colocados na Câmara dos Deputados, naquele projeto de lei que autorizou aquisição de vacinas pela iniciativa privada, por empresários, a possibilidade de compra da Covaxin”, disse o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL).
Para a aquisição de 20 milhões de doses da vacina, o Executivo disponibilizou R$ 1,614 bilhão. O imunizante não recebeu autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial no país.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 também quer esclarecer por que o governo usou a Precisa Medicamentos, representante do laboratório no Brasil, como intermediária no processo de compra, ignorando os meios oficiais de negociação.
Na próxima semana, Francisco Maximiano, sócio da Precisa Medicamentos, intermediária na negociação entre o Brasil e o laboratório indiano será ouvido pela CPI. A empresa pode ter sido favorecida segundo os membros da comissão.
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