O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), responsável por levar suspeitas de corrupção na compra de vacinas ao presidente Jair Bolsonaro, afirmou, nesta quarta-feira, 30, ter recebido uma oferta de propina para agilizar a contratação do imunizante indiano Covaxin no Ministério da Saúde.
Ex-aliado do governo federal, o parlamentar disse que a proposta partiu de Silvio Assis, um lobista conhecido em Brasília, próximo do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR). Segundo Miranda, ele recusou a oferta.
Segundo Miranda, a oferta feita por Assis foi de 6 centavos de dólar para cada dose de vacina vendida, o que daria US$ 1,2 milhão (R$ 6 milhões, na cotação atual) no caso das 20 milhões de doses de Covaxin que o Ministério da Saúde negociou.
“Quero provar que no governo Bolsonaro, debaixo do nariz de todo mundo, o Ministério (da Saúde) está entranhado de corrupção. A partir de agora minha meta é essa, provar que existe sim corrupção no Ministério da Saúde e que desde o princípio eu falei a verdade”, afirmou o deputado ao jornal O Estado de S. Paulo.
A declaração é um contraponto ao que tem dito Bolsonaro, que desde as primeiras suspeitas envolvendo a compra de vacinas tem repetido “não haver corrupção em seu governo”. Na terça-feira, 28, porém, em uma mudança de tom, o presidente afirmou não ter como saber o que acontece nos ministérios.
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