O levantamento da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) aponta uma defasagem de pelo menos 860 mil doses de vacina contra a Covid-19 que deixaram de ser recebidas pelo estado por conta do modelo adotado pelo Ministério da Saúde para a distribuição de doses.
De acordo com a Sesab, o estado é o segundo do país com a maior defasagem de doses, atrás apenas do Pará, que deixou de receber 1,2 milhão de imunizantes.
Em julho, quando o déficit era de 750 mil doses no estado e de 200 mil em Salvador, o então titular da Sesab, Fábio Villas-Boas, cobrou a mudança no critério, que leva em conta a distribuição por grupos prioritários ao invés da população dos estados.
“Precisamos que o critério de distribuição das vacinas seja revisto pelo Ministério da Saúde. A Bahia representa cerca de 7% da população brasileira. Neste cenário, deixamos de receber pelo menos 750 mil doses da vacina contra a Covid-19”, afirmou.
Algo que também foi cobrado pelo secretário de Saúde de Salvador, Leo Prates, que fez pedidos públicos ao ministro Marcelo Queiroga, que chegou a reconhecer problemas na distribuição mas até o momento não optou pela mudança nos critérios, pela resolução da questão.
“Há muito tempo, eu venho falando sobre o critério de distribuição de doses no Brasil. A nossa crítica não era contra ninguém, era a favor de Salvador, a favor da Bahia. Imagino que o ministério se baseou em campanhas passadas, como a da gripe, e foram pegando a proporção conforme os grupos prioritários, como comorbidades, idosos. Só que nenhuma campanha é igual a essa. E normalmente nos estados do Sul as pessoas se vacinam mais contra a gripe do que no Nordeste. Então todo mundo deveria receber as doses conforme sua população acima de 18 anos”, disse.
Um levantamento feito pelo portal UOL no último domingo, 8, apontou que o déficit na distribuição dos imunizantes tem afetado majoritariamente estados do Norte e do Nordeste. De acordo com a reportagem, pela falta de equiparação populacional do PNI (Programa Nacional de Imunizações), o estado de São Paulo, líder no recebimento, recebeu 57% a mais de vacinas do que o Amapá, último no ranking.
De acordo com os dados levantados até o último dia 2, São Paulo recebeu 48 milhões de doses, o que equivale a 1,04 dose por habitante, enquanto o Amapá recebeu 571 mil doses, 0,66 dose por habitante.
A Bahia recebeu 11.329.910 doses para uma população de 14.930.634 milhões, o que equivale a 0,76 dose por habitante. Fonte: ATarde