O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Ma Zhaxou, insistiu, em entrevista coletiva nesta sexta-feira (13/8), que a investigação sobre a origem do novo coronavírus seja ampliada a outros países. O país reitera que a teoria de que o vírus vazou de um laboratório de Wuhan é “extremamente improvável”.
“Nenhum país tem o direito de colocar os seus interesses políticos à frente da ciência”, declarou o vice-ministro. A reação se deu à pressão dos Estados Unidos para que o Instituto de Virologia de Wuhan seja investigado.
O primeiro relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), feito após uma missão a Wuhan, indicou quatro possíveis origens do vírus. O documento, publicado em abril, dizia, que a teoria de um acidente de laboratório era a menos provável.
Nas últimas semanas, no entanto, a própria OMS passou a dar destaque à possibilidade. A entidade pediu “espaço” para continuar a sua investigação, após a China ter recusado que a próxima fase da investigação se realize no seu território. “Todas as partes devem respeitar esse estudo, incluindo a própria OMS”, afirmou Ma.
O chefe da equipe de especialistas chineses que investigaram a origem do novo coronavírus, Liang Wannian, afirmou que a “próxima fase das investigações deve ser realizada em outros países”. Ele citou a teoria de de que o vírus pode ter chegado ao mercado Huanan, em Wuhan, onde o primeiro surto de covid-19 foi detectado, “por meio de alimentos congelados importados”.
Nesta semana, inclusive, a imprensa chinesa relacionotou outros países com a origem da covid-19, incluindo Espanha, Itália, França ou Estados Unidos. “Se não quisermos abandonar essa teoria do laboratório, devemos também investigar outros centros, como [o laboratório do Exército norte-americano] Fort Detrick, mas acreditamos que o relatório da OMS, que considera uma fuga altamente improvável, deve ser respeitado”, reitorou o vice-ministro. Fonte: AratuOn