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Diretor da Prevent confirma retirada de menção à Covid em ficha de pacientes

O diretor-executivo da Prevent Senior, Pedro Benedito Batista Júnior, confirmou em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito da Covid-19 nesta quarta-feira, 22, que a operadora de saúde alterava os prontuários dos pacientes com a doença após duas ou três semanas de internação.

De acordo com ele, a menção ao Covid-19 era subtraída e outra doença era inserida no lugar, o que causou revolta em parlamentares presentes que são médicos, a exemplo dos senadores Otto Alencar (PSD-BA), Humberto Costa (PT-PE) e Rogério Carvalho (PT-SE).

“Todos os pacientes com suspeita ou confirmado de covid, na necessidade de isolamento, quando entravam no hospital, recebiam o B34.2, que é o CID de covid. E, após 14 dias, ou 21 dias para quem estava em UTI, se esses pacientes já tinham passado dessa data, o CID podia ser modificado porque não representavam mais risco para a população do hospital”, afirmou Benedito.

“Inacreditável O senhor não tem condição de ser médico com a desonestidade que fez agora. Mudar o código de uma doença é crime”, respondeu o senador Otto Alencar. “Isso é de uma gravidade sem precedente”, concordou Rogério Carvalho.

O diretor da operadora de saúde alegou ainda que a mudança da CID tinha como único propósito retirar o paciente do isolamento e que se o óbito ocorresse, a Covid-19 continuaria ssendo considerada como caúsa de morte.

“O CID era mudado no sistema para tirar o paciente do isolamento, e não do atestado de óbito ou do atestado que ia para a Vigilância Sanitária, já notificando o paciente que estava sim com Covid-19”, informou.

Após a fala, o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), informou que Batista Júnior estaria sendo transferido da posição de testemunha para a de investigado na CPI. Calheiros disse ainda que todas as informações colhidas na comissão serão enviadas para a procuradoria de São Paulo para que possa dar início ao processo criminal contra a Prevent Senior.

Certidões de óbito

Questionado pelo relator Renan Calheiros se o médico Anthony Wong, conhecido por defender a cloroquina e que faleceu após contrair a Covid-19, teria morrido por conta da doença, o diretor da Prevent afirmou que não poderia passar informações sobre o paciente.

Documentos enviados para à CPI mostraram que Wong recebeu o “kit covid” em um hospital da Prevent Senior e que a morte por complicações devido ao coronavírus foi omitida da sua certidão de óbito.

“A falsificação da declaração de óbito do Wong, um dos maiores defensores do tratamento precoce, por favor: fazia parte de uma estratégia da Prevent Senior para fortalecer a campanha de fake news promovida pelo presidente da República para que as pessoas acreditassem que o kit covid e a cloroquina eram benéficos para os pacientes”, disse o relator Renan Calheiros.

Batista Júnior afirmou ainda que no começo da pandemia, muitos pacientes exigiam a prescrição de cloroquina quando chegavam às unidades da operadora e afirmou que o remédio só era ministrado após assinatura em termo de livre consentimento.

“Na insistência de algum paciente, se o médico se sente seguro para a prescrição de uma medicação, ele coloca um termo de livre esclarecido para que o paciente também possa assinar”, disse o executivo que negou ainda a existência de pressão sobre médicos para que receitassem os remédios.

“Eu tenho uma visão muito clara, depois de tantos meses, que a intervenção do paciente, o teste sendo realizado com mais eficácia, o isolamento e a utilização de tudo que hoje é sabido pode sim amenizar a evolução da doença. E claro a autonomia do médico tem que ser preservada para que ele possa de certa maneira indicar para cada um dos seus pacientes a melhor medida. A minha observação de tratamento ou não precoce é que não existe nenhuma medicação milagrosa”, disse. Fonte: ATarde

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