Com a seca que o Brasil sofreu em 2021 – apior em 90 anos – uma crise hidrelétrica tomou conta do país, o que refletiu no bolso do consumidor, que desde setembro paga uma taxa adicional na conta de luz de R$ 14,20 a cada 100 kWh consumido. A cobrança mais alta deve continuar pelo menos até abril, é o que garante o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
De acordo com o ministro, o governo vem monitorando a situação da crise hídrica e tomando as possíveis medidas. No entanto, neste momento não é possível reduzir o preço da conta de luz. Chegou a ser cogitado um racionamento de energia, mas a medida não foi necessária e o Brasil voltou a contar com chuvas na reta final de 2021.
As bandeiras tarifárias foram criadas em 2015 e indicam quanto está custando para o Sistema Interligado Nacional gerar a energia. São ao todo quatro acréscimos: verde, amarela, vermelha patamar 1 e vermelha patamar 2: Desde setembro, a conta de luz dos brasileiros conta com o patamar máximo de cobrança.
“Estávamos com a expectativa de que novembro fosse o pior mês em termos de reservatórios, mas as chuvas surpreenderam. Iniciamos uma recuperação. Agora temos que esperar para ver como serão os próximos meses”, disse ao UOL, André Cavalcante, da Elétron Energy.
No entanto, mesmo com a retirada da bandera vermelha patamar 2, ainda existe a possibilidde de reajustes que manterão a conta de luz cara. Estimativas preliminares de técnicos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) “apontam para um cenário de impacto tarifário médio em 2022 da ordem de 21,04%, quando avaliado todo o universo de custos das distribuidoras e incluídos esses impactos das medidas para enfrentamento da crise hídrica”, conforme destacado em documento do órgão regulador.
Os técnicos da Aneel preveem que os “custos excepcionais de geração”, que surgiram na crise de escassez hídrica, “apontam para um déficit de custo acumulado até abril de 2022, da ordem de RS 13 bilhões”. Este “déficit”, indicado no documento, “já descontada a previsão de arrecadação da receita da bandeira tarifária patamar escassez hídrica no período”. Fonte: A Tarde