Servidores de ao menos 19 categorias estudam paralisar as atividades em protesto por reajustes salariais. Segundo o Poder360, a manifestação vem depois que o presidente Jair Bolsonaro (PL) sinalizou que apenas os policiais seriam atendidos em 2022.
O Fonacate (Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado) aprovou no fim de dezembro calendário para três dias de paralisação: 18, 25 e 26 de janeiro. Nos próximos dias serão realizadas assembleias para confirmar as adesões.
Segundo a entidade, o movimento abrange:
- auditores da Receita;
- funcionários do BC (Banco Central);
- servidores da CVM (Comissão de Valores Mobiliários);
- auditores e técnicos da CGU (Controladoria Geral da União) e
- auditores e técnicos do Tesouro Nacional;
- servidores da Susep (Superintendência de Seguros Privados);
- auditores do trabalho;
- oficiais de inteligência;
- servidores de agências de regulação;
- analistas de comércio exterior;
- servidores do Itamaraty;
- servidores do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada);
- defensores públicos federais;
- servidores do Judiciário;
- especialistas em políticas públicas e gestão governamental;
- auditores fiscais federais agropecuários;
- servidores do TCU (Tribunal de Contas da União).
- peritos federais agrários;
- servidores do Legislativo,
Na sexta-feira (14), membros do Fonasefe (Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais) vão deliberar sobre aderir à paralisação. O Fórum reúne 30 entidades, como funcionários da área de saúde, Previdência e assistência social.
Somadas, Fonacate e Fonasefe representam em torno de 80% do funcionalismo do Executivo federal.
A Unacon, que representa auditores e técnicos federais de finanças e controle, também analisa a paralisação das atividades. A organização se reúne nesta quarta (12).
SERVIDORES DO BC VÃO PARAR
Algumas categorias já confirmaram a paralisação. Os servidores do BC, por exemplo, não trabalharão das 10h às 12h de 18 de janeiro. Fábio Faiad, presidente do Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central), diz à Folha que haverá também entrega de cargos.
“A adesão às listas de não assunção de comissões e de entrega das comissões no BC já está próxima de 2.000 servidores, mesmo sendo mês de férias”, fala.
Faiad afirma esperar nova reunião com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, em que seja apresentada uma proposta concreta de reajuste. Na última, realizada na 3ª (11.jan), terminou sem solução.
Se o cenário se repetir, “passaremos a debater a proposta de greve por tempo indeterminado”, diz Faiad.
ANVISA
A Univisa (Associação dos Servidores da Agência Nacional de Vigilância Sanitária) diz que estuda aderir à manifestação não apenas pela falta de reajuste salarial. A associação divulgou documento em que afirma que o protesto é também para exigir “um basta para os ataques do governo às prerrogativas institucionais e à honra dos servidores e gestores”.
Os servidores afirmaram que não aceitarão “passivamente a destruição desta agência reguladora”.
*Poder360