Morreu no fim da noite desta quarta-feira em Cali (já início da madrugada de quinta no Brasil) o colombiano Freddy Rincón, aos 55 anos. Ídolo do seu país e também do Corinthians, e ainda com passagens por Santos, Palmeiras e Cruzeiro no futebol brasileiro, o ex-jogador estava internado desde o dia 11 de abril após sofrer um grave acidente de carro em Cali, na Colômbia. A confirmação da morte veio por meio de uma coletiva de imprensa realizada no Hospital Imbanaco, onde Rincón lutou pela vida.
Segundo boletins médicos divulgados horas depois do acidente envolvendo seu carro e um ônibus, o ex-jogador sofreu um trauma cranioencefálico severo e estava internado em estado grave em uma UTI. Ele chegou a passar por cirurgias, mas não resistiu.
CARREIRA POR CLUBES
Considerado ídolo do Corinthians, Rincón teve passagem também por Santos, Palmeiras e Cruzeiro no futebol brasileiro. Ele começou a carreira em 1985 em um clube pequeno de sua cidade natal chamado Atlético Buenaventura, aos 20 anos. Logo depois se transferiu para o Tolima e o Santa Fe. Em 1990 trocou de equipe e passou a defender o América de Cali, onde jogou até 1993, antes de se transferir para o Palmeiras.
Em 1994, Rincón chegou ao Brasil para defender o Palmeiras onde fez 32 jogos e marcou 10 gols naquele ano. Logo foi emprestado pelo Verdão para o Napoli (ITA). Em seguida, o ex-meia foi vendido para o Real Madrid (ESP), onde teve passagem tímida.
– Me faltou ser branco. Não sofri racismo no dia a dia, mas para jogar dentro do Real Madrid, sim. Com Jorge Valdano foi muito difícil, porque o pressionavam. (…) O clima era pesado, porque há muito ego, muito orgulho, são coisas que acontecem por estar na melhor equipe do mundo – disse o jogador sobre sua passagem no clube espanhol.
Depois do Real, Rincón voltou ao futebol brasileiro através do Palmeiras e trocou o Alviverde pelo arquirrival Corinthians, em 1997. Foi no Timão onde teve sua passagem mais marcante no Brasil. Ele foi capitão do título mundial do Corinthians em 2000, além de conquistar o bicampeonato brasileiro (1998/99) e o Paulistão de 1999. Rincón ainda passou por Santos e Cruzeiro antes de encerrar a carreira no Corinthians em 2004, aos 37 anos. Após a aposentadoria, o ex-meia passou a se dedicar à carreira de treinador de times menores brasileiros como São Bento e São José. Também foi auxiliar-técnico do Atlético-MG.
SELEÇÃO
A seleção da Colômbia na década de 90 tinha como base a equipe do Atlético Nacional, que conquistou a Libertadores de 1989. Porém, Rincón era um dos titulares que atuaram por outro clube na época, o América de Cali. No início do comando do técnico Francisco Maturana na seleção, Rincón atuava como atacante. Além do meia, a seleção da Colômbia contava com grandes jogadores como Valderrama, Higuita, Asprilla, Valencia e Aristizábal.
Após a Copa de 90, Rincón seguiu no grupo da seleção colombiana que ficou em quarto lugar na Copa América de 1991, e em terceiro na Copa América de 1993 – ano em que a Colômbia chegou ao auge. Os colombianos fizeram um bom ano em 1993 e, na última rodada, precisavam de uma vitória contra a Argentina, que também não estava garantida na Copa do Mundo de 1994. O confronto contra a seleção de Batistuta e Simeone é um dos episódios mais lembrados da Colômbia da década de 90.
Isto porque, na ocasião, a Colômbia atropelou a Argentina por 5 a 0 em plena Buenos Aires. Os ‘Cafeteiros’ não deram chances para os argentinos e garantiram a vaga na Copa do Mundo de 1994 em grande estilo. No jogo, Rincón foi um dos destaques, marcando dois gols e uma assistência.
A seleção colombiana passou a temporada de 1993 de forma invicta. Foram 19 jogos, sendo 10 vitórias e nove empates. Dessa forma, chegou a ser considerada uma das favoritas ao título mundial. Apesar de todo destaque da seleção colombiana às vésperas da Copa de 1994, a equipe não correspondeu às expectativas nos EUA e foi eliminada precocemente. Foram duas derrotas e uma vitória na fase de grupos.
Após a Copa do Mundo, Rincón teve uma campanha de destaque pela seleção somente na Copa América de 1995, quando ficou novamente na terceira colocação. Ele disputou o mundial de 1998, mas a Colômbia acabou ficando de fora do mata-mata, assim como em 1994. Com a camisa da seleção, ele marcou 17 gols em 84 jogos.
Fonte: Lance!