Jacky Hunt-Broersma quer entrar no Guinness World Records com feito impressionante
Em 2002, quando tinha apenas 26 anos, a sul-africana Jacky Hunt-Broersma recebeu uma notícia complicada: estava com Sarcoma de Ewing, um tipo raro de câncer ósseo. Duas semanas após receber o diagnóstico, ela teve parte da perna esquerda amputada pelos médicos, para salvar sua vida.
Os dias seguintes não foram fáceis. Jacky viveu uma ‘montanha-russa’ de emoções, e chegou a usar calças compridas para esconder a prótese. Até que, em 2016, após ver o marido disputar maratonas, ela decidiu começar a correr.
Assim, a sul-africana comprou uma prótese especial e se inscreveu em uma prova de 10 km. Mas, na véspera, mudou sua inscrição para meia maratona (21 km). Ali, começava um plano que iria mudar a vida dela.
Jacky tomou gosto pelo esporte, e rapidamente progrediu para ultramaratonas (provas com distância superior a 42.195 metros). Até que resolveu embarcar em uma impressionante missão em 2022, aos 46 anos: passar pouco mais de três meses correndo uma maratona por dia.
No último sábado (30), a sul-africana encerrou o projeto, com nada menos que 104 maratonas em 104 dias. A ideia inicial era que fossem 100 provas no total, mas quando soube que a britânica Kate Jayden havia chegado às 101 corridas, Jacky arredondou para terminar no fim de abril.
O impressionante feito deve levar a atleta ao livro dos recordes – a marca atual entre as mulheres é de 95 maratonas em 95 dias consecutivos, estabelecido há dois anos por Alyssa Amos Clark, uma corredora não amputada de Vermont.
“Parte de mim estava muito feliz por ter terminado, mas outra parte continuou pensando que eu precisava seguir correndo. Sou uma pessoa de tudo ou nada, então me joguei de cabeça neste desafio. Adoro ultrapassar limites e ver até onde posso ir”, disse Jacky à BBC.
A sul-africana, que hoje mora no Arizona, nos Estados Unidos, espera ser reconhecida pelo Guinness World Records em três meses. Para completar a missão, ela disputou as famosas Maratona de Boston e Lost Dutchman. Mas também correu em pistas locais, trilhas do bairro e até mesmo na esteira de casa.
Ao todo, ela completou 2.734 milhas (cerca de 4,4 mil quilômetros) e documentou todo o processo nas redes sociais. Também fez uma vaquinha, arrecadando mais de 192 mil dólares (cerca de R$ 950 mil) para a Amputee Blade Runners, uma organização sem fins lucrativos que fornece lâminas de corrida, como a dela, para amputados.
“Correr fez uma grande diferença no meu estado mental e me mostrou o quão forte meu corpo pode ser. Isso me deu uma nova aceitação total de quem eu sou e que posso fazer coisas difíceis”, afirmou.
Fonte: Correio24horas.