Em documento enviado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), nesta sexta-feira, 10, o Ministério da Defesa afirmou que os militares não se sentem “prestigiados” pelo órgão jurídico e cobrou medidas capazes de findar as divergências.
“Até o momento, reitero, as Forças Armadas não se sentem devidamente prestigiadas por atenderem ao honroso convite do TSE para integrar a CTE (Comissão de Transparência das Eleições)”, afirmou o titular da pasta, Paulo Sérgio Nogueira.
O ofício é a tréplica à resposta oferecida pelo Ministro Edson Fachin, presidente do TSE, diante das sugestões e pedidos de esclarecimento solicitados pelo ministro. Entre os principais pontos incluídos, é que cerca de 39% das urnas que serão usadas em outubro, o equivalente a 224.999 das 577.125 urnas, não teriam sido submetidas a um teste público de segurança. A Defesa cobra a realização desse processo, referindo-se a um modelo específico de urna (UE2020).
Outro pedido diz respeito à recomendação para que o TSE incentive a contratação de auditorias externas pelos partidos políticos de todo processo eleitoral. A proposta vai na linha do que defende o presidente Bolsonaro, que tem contestado e atacado o sistema eleitoral do Brasil e a segurança das urnas. Nesta semana, o PL contratou a empresa que fará esse procedimento. O TSE já deixou claro que qualquer partido pode fazer sua auditoria.
“As Forças Armadas consideram que ainda há propostas tidas como essenciais para o aprimoramento do processo eleitoral em curso, cabendo destacar ser viável e fundamental realizar o teste de integridade das urnas nas mesmas condições da votação, inclusive com a utilização da biometria do próprio eleitor da urna em teste; implementar, ainda para o pleito de 2022, o TPS das urnas UE2020”, diz a Defesa no ofício.
Em maio o presidente do TSE, Edson Fachin, informou em respostas à pasta que o prazo prazo para mudanças do pleito deste ano está encerrado.
Outra colocação feita pela Defesa procura rebater críticas do TSE, que desqualificavam os questionamentos técnicos apresentados pelos militares sobre a segurança do sistema. O ministro afirma que “as Forças Armadas elaboraram propostas plausíveis, em vários níveis, desde o técnico até o de governança”.
Fonte: ATarde.