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Municípios baianos com índice grave de desigualdade chegam a 92%

Com o objetivo de criar uma base de dados sobre o aprofundamento das desigualdades durante a pandemia, o Centro de Integração de Dados para Saúde (Cidacs), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), desenvolveu um índice e lançou, ontem, uma plataforma de acesso ao conteúdo. Segundo levantamento do Cidacs, 92% dos municípios baianos mantiveram o pior nível de desigualdade nas três ondas da pandemia. Entre os 10 com os piores índices estão: Pedro Alexandre (99,9%), Sítio do Mato (99,83%), Conde (99,77%) e Teolândia e Maraú (99,74%).  

O estudo realizado pelo Cidacs foi chamado de Índice de Desigualdades Sociais para Covid-19 (IDS-COVID-19) e foi financiado pela Health Data Research UK, Instituto Nacional do Reino Unido que trabalha com ciência de dados em saúde. Para o desenvolvimento do índice foram considerados indicadores socioeconômicos, sociodemográficos e de acesso aos serviços de saúde.

Os indicadores foram renda, escolaridade, condições de habitação, porcentagens de idosos em situação de pobreza, bem como as porcentagens de pessoas pretas/pardas/ indígenas, de pessoas residentes em domicílios com 2 ou mais pessoas por cômodos. Estavam incluídos também indicadores das taxas de leitos de UTI e de respiradores (SUS e Não SUS) a cada 100.000 habitantes. 

Critérios

A pesquisa também levou em consideração as distâncias entre os municípios de uma mesma macrorregião e a população. Os níveis de desigualdade foram divididos entre Q5 (o pior) e o Q1 (o melhor). Os períodos analisados foram fevereiro de 2020, julho de 2020, março de 2021, janeiro de 2022.

A maioria dos municípios já se encontrava no pior nível de desigualdade antes da pandemia e 92% deles se mantiveram no Q5 até o fim das 3 ondas. Os 10 municípios que chegaram até o último período com os piores índices foram Pedro Alexandre, Sítio do Mato, Conde, Teolândia, Maraú, Mascote, Dário Meira, Muquém de São Francisco, Umburanas e Andaraí. Entre as 10 cidades com os menores índices de desigualdade até o último momento analisado estão Salvador (Q1 – 3,5%), Ilhéus (Q1 – 3,64%), Vitória da Conquista (Q1- 10,55%), Barreiras (Q2- 21,49%) e Itabuna (Q2- 31,04%) nos 5 primeiros lugares. Em seguida estão as cidades de Feira de Santana (Q3), Juazeiro (Q4), Teixeira de Freitas (Q4), Caetité (Q4) e Jequié (Q4).

“Os dados possibilitam compreender melhor a relação da desigualdade social em saúde com a pandemia, fornecendo informações para a orientação de políticas públicas”, explica a coordenadora do IDS-COVID-19 e vice-coordenadora do Cidacs, Maria Yury Ishihara.

“Nós estamos em uma situação trágica e a liberação desse índice contribuirá para que sejam geradas políticas públicas”, afirmou Maria Gonçalves, diretora do Instituto Gonçalo Moniz, Fiocruz Bahia, durante a cerimônia de lançamento. Fonte: ATarde.

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