Em reunião extraordinária, a diretoria colegiada da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou nesta quarta-feira (13), por unanimidade, a aplicação emergencial da vacina CoronaVac, contra a Covid-19, em crianças de 3 a 5 anos.
A agência levou em consideração que os imunizantes de vírus desativado são usados continuamente no Brasil, como é o caso das vacinas contra a gripe e a poliomielite.
“A tecnologia de vírus inativado tem um longo histórico de segurança em vacinas comumente aplicadas em bebês e crianças, assim, apesar das incertezas quanto à eficácia da CoronaVac para evitar que as crianças contraiam a doença, é possível que a CoronaVac seja considerada como estratégia para reduzir os danos da Covid-19”, afirmou Meiruze Sousa Freitas, diretora-relatora da Anvisa.
O esquema vacinal indicado pela área técnica da agência é de duas doses, assim como o dos adultos, com intervalo de 28 dias. A vacina não foi recomendada a crianças imunocomprometidas, que são aquelas com deficiência no sistema imune. O fármaco é o mesmo usado em adultos, e os frascos seguem iguais.
Na reunião, foi salientado que o aumento no número de casos de Covid-19 e de mortes pela doença no Brasil e o surgimento de novas variantes capazes de sobrepujar a imunidade à doença foram essenciais para optar pela aprovação do produto fabricado no Butantan.
Os diretores fizeram a ressalva de que a vacina deve seguir sendo objeto de estudo e monitoramento de vida real para que se verifiquem a eficácia e a efetividade da resposta imune da CoronaVac à variante Ômicron e a possíveis novas variantes do Sars-CoV-2.
Além disso, a imunidade celular – resposta imunológica que não envolve anticorpos – produzida pelo imunizante precisa continuar como alvo dos estudos e avaliação do Instituto Butantan.
Até então, o imunizante produzido no Instituto Butantan estava liberado no Brasil para crianças, adolescentes e adultos a partir de 6 anos. Em janeiro deste ano, a agência chegou a negar o pedido de aplicação em crianças da faixa etária de 3 a 5 anos, por falta de dados. Fonte: R7