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Novo cabresto? Recordes de casos de assédio eleitoral são registrados nestas eleições

Os episódios de assédio eleitoral explodiram nestas eleições. 1.587 denúncias envolvendo 1.250 empresas foram registradas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) desde um pouco antes do primeiro turno até a última quarta-feira (26). A quantidade é quase oito vezes maior que a de 2018, no último pleito presidencial, quando 212 registros foram feitos.  

Um dos casos de destaque nesta semana envolveu o ruralista Adelar Eloi Lutz em Formosa do Rio Preto, no oeste baiano. Ele mandou funcionárias colocarem o celular no sutiã para filmarem a sua ida às urnas e confirmarem a votação no candidato imposto por ele. 

Em todo o Brasil, se repetem situações em que trabalhadores são intimidados, ameaçados ou constrangidos por seus empregadores com o objetivo de manipular votos. Os casos vão desde promessas de aumento de salário para quem seguir o voto do patrão a ameaças de demissão a quem não votar em candidatos exigidos.

A polarização política e a banalização do ilícito são os principais motivos da intensificação dos casos de assédio eleitoral nesta campanha, segundo análise do procurador geral do trabalho José de Lima Ramos Pereira. Especialistas observam o crescimento destes números e a escalada da violência política nestas eleições estejam associadas a um mesmo fenômeno, que tem a “normalização do que é errado” como pano de fundo.

Neste cenário, o sudeste assume a dianteira dos casos, junto à região sul, soma 70% das denúncias em todo o país. Só Minas Gerais, primeiro no ranking, concentra 374 ocorrências. Ele é seguido por Paraná e Santa Catarina, com 158 e 139 respectivamente.

Na Bahia, é a primeira vez que o MPT recebe denúncias em contexto eleitoral. De nenhum caso registrado, o estado subiu para 32, número que dobrou entre a última sexta-feira (21) e a semana final das eleições, com a assinatura de três Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) por empresários.

Os casos de assédio e coação podem ser denunciados ao Ministério Público do Trabalho, à Justiça Eleitoral e ao Ministério Público do Estado de forma anônima. Basta que o trabalhador reúna provas e leve sua ocorrência ao aplicativo Pardal ou ao site https://mpt.mp.br/. Os crimes podem gerar indenizações por danos morais na Justiça do Trabalho e pena de reclusão de até quatro anos. Neste final de semana, o MPT estará de plantão em todo o país para atender denúncias. Fonte: Metro1

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