O cacique Raoni Metuktire, de 90 anos, líder do povo Kayapó, recebeu alta médica nesta sexta-feira (4) depois de exatamente uma semana internado, no Hospital Dois Pinheiros, em Sinop, a 503 km de Cuiabá. Ele foi diagnosticado com Covid-19 e estava com problemas pulmonares.
Raoni deixou o hospital de manhã e seguiu para Colíder, a 156 km de Sinop, onde ele ficar até a semana que vem.
O neto dele Patxon Metuktire afirmou que, por questão de segurança, ele só voltará para casa, na aldeia Metuktire, localizada na Terra Indígena Capoto-Jarina, na próxima terça-feira (8). Enquanto isso, ficará na cidade, caso precise de algum tipo de atendimento médico.
Exames laboratoriais divulgados nesta quinta-feira (3), indicaram evolução no quadro clínico, com estabilidade na arritmia,.
Reconhecido internacionalmente pela luta que articula pelos povos indígenas, Raoni foi internado na sexta-feira (28) com Covid-19.
Diagnóstico de Covid-19
Na última sexta-feira (28), o cacique foi internado com diagnóstico de pneumonia pela equipe médica de sua aldeia, localizada no Parque Indígena do Xingu, no norte de Mato Grosso.
Passou inicialmente por exames laboratoriais e de imagem que diagnosticaram Covid-19 já na fase inflamatória da doença. Raoni foi tratado com anticoagulante, corticoide e antibióticos, de acordo com o protocolo do hospital.
Segunda internação em intervalo de um mês
Em julho, o cacique já havia sido internado em um hospital de Colíder após ter passado mal. Ele chegou a ser transferido de avião para Sinop com complicações gastrointestinais e desidratação.
Segundo a direção do Instituto Raoni, o cacique apresentou um quadro depressivo após a morte da mulher dele, Bekwyjkà Metuktire, no dia 23 de junho, há um mês. Ela tinha diabetes e sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Raoni recebeu alta médica nove dias depois.
Histórico do cacique Raoni
O líder indígena é reconhecido internacionalmente pela luta que articula pelos povos indígenas. Em 1989, ele teve um encontro histórico com o cantor Sting durante o I Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, em Altamira (PA).
Os dois se reencontraram em 2009 na cidade de São Paulo para conversar sobre a construção da Usina de Belo Monte.
Em novembro de 2012, Raoni foi recebido pelo presidente da França, François Hollande, no Palácio do Eliseu. Na ocasião, o cacique pedia a preservação da Amazônia e dos povos que vivem na região.
No ano passado, Raoni foi chamado pelo presidente Jair Bolsonaro de “peça de manobra” usada por governos estrangeiros para “avançar seus interesses na Amazônia”.
A declaração foi feita após o cacique ter se encontrado com o presidente da França, Emmanuel Macron, em busca de apoio para a defesa da Amazônia. (G1)