Pelo menos seis pessoas morreram por asfixia, nas últimas 24 horas, no município de Faro, no Pará, que tem apenas 12 mil habitantes. A cidade fica na divisa com o Amazonas e enfrenta um colapso com a falta de oxigênio, leitos e medicamentos para os pacientes em tratamento da Covid-19.
Na comunidade de Nova Maracanã, ao menos 34 pacientes estão hospitalizados e necessitando de oxigênio. O município pede ajuda para transferir oito doentes que estão em estado grave e necessitam com urgência de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas as cidades vizinhas de Terra Santa (PA) e Nhamundá (AM) também estão sem vagas. A informação foi confirmada pela prefeitura ao jornal Estadão.
Na manhã desta terça (19/1), o prefeito Paulo Carvalho conseguiu comprar 20 cilindros. Segundo o médico da Unidade Básica de Saúde de Faro, Yordanes Perez, o oxigênio recebido hoje garante apenas dois dias de tratamento dos pacientes internados. “Nós estamos vivendo uma crise, na contramão para tentar salvar vidas. Estamos trabalhando 24 horas para isso”, explicou a reportagem.
OUTRO LADO
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa) informou que duas empresas são responsáveis pelo fornecimento de oxigênio no estado, a White Martins e a Air Liquide. Segundo a pasta, somente a empresa White Martins produz atualmente 58 mil m³ por dia, quantidade suficiente para o abastecimento de todo o estado. A Sespa esclarece, ainda, que é responsabilidade das secretarias municipais de Saúde a manutenção de contratos e a aquisição do produto para abastecimento local.
De acordo com publicação do governo paraense, 159 cilindros de oxigênio foram distribuídos na segunda-feira, 18, a municípios do região oeste do estado, dos quais 20 foram enviados a Faro, enquanto os demais tinham como destino Oriximiná (79 unidades), Terra Santa (30) e Juruti (30). O comunicado, entretanto, argumenta que o Pará tem capacidade de produção suficiente para atender todos os seus 144 municípios e aponta que emitiu um alerta para que as prefeituras monitorem o abastecimento dos hospitais, a fim de evitar falta de equipamentos essenciais.
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