Um grupo de comerciantes e comerciários da zona rural e urbana de Amargosa, que protestam contra as medidas de restrição no comércio local, se reuniram em frente à Prefeitura, na última sexta-feira (09), em busca de uma resposta para a situação do setor, que vem enfrentando o pior momento da pandemia.
Os comerciantes e comerciários são de diversas localidades, como a Pancada, Mata da Covas, Gentil, Santa Rita, Feira e Alto da Bela Vista. De acordo com o grupo, o setor de bares e restaurantes estão sendo duramente afetados pelas medidas de restrição. O último decreto divulgado pela Prefeitura, manteve a proibição para bares e restaurantes na cidade, como medida para conter a propagação do vírus.
“Nós já ligamos, já viemos marcar uma reunião mas a secretária sempre pega nosso número e nunca dá um retorno, por isso hoje nós viemos aqui e não iremos sair até conseguir falar com o prefeito” Disse um dos manifestantes.
Durante a manifestação, o grupo chegou a entrar no prédio para uma tentativa de acordo, e só conseguiram fala com o Prefeito Júlio Pinheiro na rua, após ser abordado pelos manifestantes. Ainda segundo os manifestantes, o prefeito teria prometido se reunir na mesma tarde com a vigilância sanitária e a secretária de saúde, mas uma resposta não foi dada ao grupo.
O grupo busca um prazo para reabertura de seus comércios e a criação de um auxílio para a classe, que vem sofrendo economicamente com as restrições devido a proibição de funcionamento. Ainda em contato com nossa repórter, o grupo informou que irá retornar na terça-feira (13), para uma manifestação ainda maior.
“Nós queremos apenas que ele dê um prazo para reabrir nossos estabelecimentos. A gente quer trabalhar, iremos manter o máximo de cuidado, não iremos permitir aglomerações em nossos bares, nem cadeiras dentro dos estabelecimentos. Porém se ele não permitir a gente trabalhar, que ele dê um auxílio para cada família que está desempregado, esse é nosso único ganha pão, se a gente não pode trabalhar que ele pague um auxílio. No meu caso mesmo, eu pago aluguel. Outra coisa que nós ficamos chateados é que a polícia fica passando em nossa porta todo dia como se a gente fosse bandido.” Desabafou Silvia do Bar Parada dos Amigos.
Confira agora o relato de alguns dos manifestantes:
“Eu sou uma mulher sozinha, sou eu que mantenho minha casa, minhas contas estão todas atrasadas sem eu poder pagar, estou tendo que ir para a caatinga catar licuri para alimentar meus porcos porque não tenho mais dinheiro para comprar ração. Tenho um bar e vendo almoço e não posso trabalhar. Por sinal o prefeito já foi lá em casa com os amigos dele, comeu frango… estou passando muita dificuldade” Margarida do Bar da Codorna.
“Prefeito, ajude a gente, em nossa cidade só está fechada os bares, por que isso? Nas cidades circunvizinhas estão abertos, tem regras lá também, só a nossa aqui está fechada, por que isso? Só pega coronavírus em bar prefeito? Pelo amor de Deus, não existe isso não, supermercado, farmácia nada pega, só em bar? Nós temos contas pra pagra, temos filhos para dar comida. Pelo amor de Deus, ajude agente!” Anilton do Bar Cosme e Damião.
“O que eu tenho a relatar é que eles não estão dando ouvido para a gente, eles não dão nenhum tipo de assistência pra gente. è muito fácil dizer – fique de porta fechada e não funcione. Mas a gente tem crianças em casa, tem contas pra pagar, as contas chegam todo dia. Da parte deles não há nenhuma assistência, nenhuma ajuda financeira, nem cesta básica, nada! Pra gente que trabalha e vive disso é muito difícil.” Roseni do Bar do Têu (Recanto dos Amigos)
Em busca de uma resposta, nossa equipe entrou em contato com a assessoria de comunicação da prefeitura que respondeu em nota a seguir:
“Na última sexta-feira (09), o prefeito Júlio Pinheiro conversou com um grupo de empresários do ramos de bares e restaurantes, e como foi dito na ocasião, as medidas de prevenção adotadas em Amargosa são pautadas nas orientações de profissionais especializados na área.
Esse é um momento de extremo cuidado com a população de todo o mundo e as ações realizadas têm a principal função de salvar vidas. Nenhuma atitude deixará de ser tomada enquanto o bem estar dos cidadãos amargosenses estiver em risco.
É necessário salientar que as demandas dos empresários foram ouvidas pelo prefeito e as mudanças ocorrerão no momento oportuno, sempre levando em consideração o comportamento da pandemia em nossa cidade e após análise dos profissionais de saúde.”
Da Redação AmargosaNews