O Carnaval 2022 já está sendo planejado pelos blocos e camarotes, que estão com grande venda de suas festas, e é também uma prioridade para a prefeitura de Salvador que programou um evento teste para decidir a realização da festa com todas as precauções por causa da pandemia. Mas os blocos afro e afoxés estão ameaçados, e correm risco de não desfilar na festa. Para o pesquisador e cantor Carlos Barros, caso se concretize, isso “representa uma perda para a identidade da cidade”.
“É como se no carnaval do Rio de Janeiro as escolas de samba não desfilassem. Uma perda muito grande para nossa identidade. Eles são a tradição do carnaval e um grande atrativo para o público. Acredito que as autoridades devem, ou poderiam, pensar políticas públicas de manutenção dessas instituições”, defendeu Barros, ao Metro1.
No início desta semana, os principais blocos afro e afoxés de Salvador, afirmaram, após reunião, que de fato podem não desfilar no ano que vem. O grupo, formado por Ilê Aiyê, Filho de Gandhy, Malê deBalê, Cortejo Afro e Muzenza, acredita “não haver tempo hábil” para organizar a saída dos cortejos.
Carlos Barros explica que isso é consequência de uma historia, “o problema não é de hoje”. Isso porque, já em 2019, diversos blocos afro não participaram do carnaval. A pandemia agravou o problema, uma vez que reduziu a atividades que eram responsáveis para financiar o desfile e também projetos sociais que muitos destes blocos mantém. “Eles nem mesmo tiveram apoio para realização das lives, e eventos alternativos que promoveram nesse período”, diz o pesquisador.
Barros defende, no entanto, que falar de carnaval no próximo ano é equivocado. Isso porque a vacinação é incipiente. Porém, essa não é a posição indicada pelos gestores da capital baiana, Bruno Reis (DEM), por exemplo, tem declarado publicamente seu interesse de organizar a festa no ano que vem. Fonte: Metro1