Ficar milionário ou pelo menos conseguir uma grana para se livrar das dívidas ou comprar a casa própria é o sonho de muita gente. Uma das formas mais rápidas de atingir esse objetivo é apostando na sorte, e nessa época do ano, as pessoas se animam com a Mega-Sena da Virada. Não é que o baiano é sortudo? O estado é o segundo no país com mais ganhadores do prêmio nos últimos 12 anos. Ao todo, os baianos embolsaram R$ 371.970.902,98.
O concurso deste ano já está aberto, com prêmio estimado de R$ 350 milhões. As apostas podem ser feitas até as 17h, e o sorteio ocorrerá às 20h, com transmissão na Globo e nas redes sociais da Caixa. A edição especial de réveillon não acumula. Se ninguém acertar os seis números, o valor será dividido entre quem acertar cinco, e assim sucessivamente até que haja ganhador.
Moradores da Bahia levaram 12 prêmios principais da Mega da Virada desde 2008, sendo dois em Salvador, de acordo com um levantamento feito pelo portal Sorte Online. Um dos sortudos, Edson Santos, 45 anos, garantiu o prêmio por acaso, e diz não ter acreditado quando recebeu a ligação do funcionário da lotérica contando que ele havia ganhado. “Eu sempre assinava o bolão de lá, mas nesse dia eu não ia, o rapaz que trabalha no local, que sabia que eu sempre comprava os bolões, me perguntou se eu ia sair sem levar. Então resolvi comprar”, comenta.
Isso foi em 2014, em uma casa lotérica do bairro de Amaralina. Sem esperança de arrecadar algum valor, Edson nem quis conferir o resultado daquele prêmio. “Ele me ligou, porque antigamente ainda se colocava o nome no bolão. Quando recebi o telefonema eu nem acreditei. Foram gritos de alegria”, relembra.
O prêmio faturado foi de R$ 4 milhões, dividido para as 20 pessoas que participaram da aposta – assim, R$ 200 mil ficaram com ele. Com o dinheiro, o sortudo comprou um carro, um ponto comercial e reformou sua casa.
Quem também garantiu o prêmio por acaso foi o professor Diego Aloisio, 35, que conseguiu acertar na quadra da Mega da Virada de 2009 para 2010. “Eu escolhi os números aleatoriamente, não tinha nenhum método, joguei só pra brincar. Fui para o interior passar o réveillon e nem lembrei do bilhete de aposta”, conta o educador.
Ao voltar para Salvador, Diego conferiu os números e a emoção foi grande quando viu que batiam com os do sorteio, mas a sorte parou no quarto número. Apenas com a quadra, ele garantiu cerca de R$ 650. Atualmente, morando em Ribeira do Amparo, no interior da Bahia, o professor segue fazendo apostas, mas somente na Mega da Virada, pois, de acordo com ele, apostar é um vício que não quer incorporar à rotina.
O oposto de Diego é o pai dele, Vicente Aloísio, 53 anos, que aposta há mais de 40. “Eu era viciado na antiga loteria esportiva, que surgiu em 1970, passava no Fantástico e tinha uma zebrinha que anunciava os resultados. Eu era criança e já jogava”, conta. Trabalhador autônomo, Vicente afirma que joga desde os 13 anos de idade e aposta todos os anos na Mega da Virada, mas nunca ganhou. Ele diz que gasta R$ 60 por mês. “Eu jogo porque gosto, espero ganhar uma quantia para passar o resto da vida sossegado”.
Já a professora Elizabeth de Jesus, 52, diz que seu sonho é ficar muito rica. A moradora de Salvador diz que usava seus filhos pequenos para jogar os números na esperança de que a inocência das crianças transformasse o seu sonho em realidade. “Nunca cheguei perto, infelizmente, mas esse ano eu não vou chegar perto, eu vou chegar lá, vou acertar o sorteio de seis números”, diz com confiança. Este ano ela fez dois bilhetes.
Outra apostadora assídua é Solange Carvalho, 56, que começou a depositar esperanças em números aos 17 anos. “Já ganhei R$ 400 mil em um bolão, onde eu comprei duas cotas. Tinham umas 20 pessoas. Uma vez ganhei R$ 3 mil, e em outra R$ 1.700. Então não sei se é ilusão, se é sorte, só sei que eu tenho fé. Já tive mais, mas ainda tenho alguma”, admite.
Só em setembro, Solange fez 15 apostas, somando R$ 1.200, e oito delas foram premiadas. Ela também sabe de cor todas as datas das maiores premiações do ano e das menores. Até o início da pandemia ela comprava um bolão todos os dias, depois reduziu a quantidade de apostas. Seu jogo preferido é a Mega da Virada e sempre escolhe as mesmas dezenas.
O CEO do Sorte Online, Marcio Malta, ressalta, no entanto, que, por ser um concurso especial da Mega-Sena, a edição da virada é a loteria mais difícil de ganhar. A chance de uma aposta simples, composta por 6 dezenas, faturar os R$ 350 milhões é de uma em 50 milhões, aproximadamente.
O fator que influencia diretamente nas probabilidades de vencer é a quantidade de números marcados na aposta – recurso chamado desdobramento. Quanto mais dezenas selecionadas, mais alta é a possibilidade de levar dinheiro para casa. “Para se ter uma ideia, uma aposta com 10 números aumenta as chances para uma em 238,3 mil, enquanto o jogo limite, formado por 15 dezenas, eleva as probabilidades para uma em 10 mil”, destaca. Obviamente, essa vantagem tem um preço. Enquanto a aposta simples sai por R$ 4,50, a máxima custa R$ 22.522,50.
Existem outras estratégias que podem ser empregadas, como o fechamento, que também gera combinações e melhora significativamente as chances de ganhar. E, claro, os bolões, que combinam as técnicas de desdobramento e fechamento, aumentando exponencialmente as probabilidades, e o melhor, de forma econômica, sem pesar no bolso do apostador. “Vamos pegar a Mega-Sena como exemplo. Nela, o apostador pode jogar com seis até 15 números, dos 60 disponíveis no volante. Quanto mais dezenas forem acrescidas à aposta, maiores serão as probabilidades de ganhar”, exemplifica o CEO.
Ele detalha, no entanto, que, para fazer este tipo de aposta, com mais números, de maneira individualizada, pode sair muito caro e é aí que entram os bolões do Sorte Online. Os grupos do portal são compostos por cotas, ou seja, cada jogador pode adquirir uma ou mais frações daquele bolão. Assim, o apostador só precisa arcar com os custos daquelas partes que comprou, o que barateia o jogo, mas sem abrir mão das maiores chances de acerto. É possível que um jogador participe de um bolão da Mega-Sena com apenas R$ 10,00, por exemplo. Fonte: Correio24horas