A virada de ano consolidou aquilo que muitos motoristas sentiram no bolso ao longo de 2021: abastecer o carro com gasolina ficou entre 43 e 46% mais caro, de acordo com dois levantamentos sobre o comportamento do insumo.
O levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP) indica que o preço médio da gasolina nos postos subiu 46% em 2021, terminando o ano em R$ 6,62. O etanol avançou 59% e o litro do diesel foi de R$ 3,67 para R$ 5,33.
Já o índice de preços de combustíveis levantado com base nos abastecimentos realizados nos 21 mil postos credenciados da Ticket Log apontou para um custo médio do litro do combustível em dezembro de R$ 6,89. No início de 2021, a média do preço final do combustível era de R$ 4,81 por litro (43,2% de aumento).
O IPCA-15, considerada a prévia da inflação oficial do país, subiu 0,78% em dezembro. Em relação à alta nos preços dos combustíveis, o aumento foi de 3,40%. A alta da gasolina, em particular, foi de 3,28%, e contribuiu com o maior impacto individual (0,21 ponto percentual) no índice do mês, conforme informou o IBGE. Os combustíveis fazem parte do grupo de produtos e serviços de Transportes, cujos preços subiram 2,31% em dezembro e 21,35% no acumulado em doze meses.
O preço da gasolina depende de dois fatores que não devem aliviar a pressão neste ano: preço do dólar (que deve oscilar por todas as incertezas ainda geradas pela pandemia e pelo ano eleitoral) e o preço do barril de petróleo no mercado internacional. Com esse resultado final de 2021 e as previsões para o atual período, saber quais são os carros que consomem mais pode significar uma estratégia de economia para quem vai comprar um carro novo em 2022 ou trocar o modelo estacionado na garagem,
Com base na mais recente atualização da tabela do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV), feita em outubro pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), o Valor Investe lista algumas opções para ajudar quem está em dúvida, seja sobre fazer a troca ou sobre qual modelo escolher como primeiro carro.
Levando em consideração o segmento de modelos populares e que são facilmente encontrados na porta de entrada das lojas dos fabricantes, os hatches, 81 modelos compactos foram comparados pelo Inmetro em relação à eficiência energética, o que engloba autonomia em quilômetro por litro de combustível na cidade e na estrada e a emissão de gás efeito estufa (CO2). Já em relação aos sedan, foram 162 modelos.
A tabela do Inmetro compara kWh, nos elétricos, e km/l nos modelos à combustão. Em caso de empate no MJ/km (megajoule, a unidade de energia absoluta por quilômetro), o critério de desempate é o consumo urbano. No caso da eficiência energética, a classificação vai desde o mais eficiente (A) ao menos eficiente (E), em que se entende que os mais eficientes utilizam a energia da melhor forma, têm menor impacto ambiental e gastam menos para rodar, pesando menos no bolso do consumidor.
Considerando tais fatores, veja os destaques entre os compactos e os médios populares.
Compacto na cidade
O Fiat Argo modelos HGT e Precision, motor 1.8, com 16 válvulas, Flex e propulsão à combustão rodaram só 9,7 km por litro de gasolina nos testes de laboratórios. Os modelos que contam com ar condicionado e direção elétrica apresentam um consumo energético de 1,99 MJ/km. Por conta destas características, os modelos receberam o selo C sobre o consumo energético na comparação na categoria, e selo E (a pior classificação), na comparação absoluta geral.
Outros modelos com as mesmas características de motor, combustível e propulsão que receberam os mesmos selos indicativos de maior consumo energético pertencem à marca Renault. São eles: modelo Stepway, as versões Intense e Iconic, e modelo Sandero Zen, Intense, GT Line. Todos alcançaram 10,8 quilômetros por litro na cidade, exceto a versão do Sandero R.S com motor 2.0, cujo desempenho – observando-se apenas o consumo de gasolina -, foi de 9,9 km/l e consumo energético de 2,10 MJ/km.
Renault Sandero R.S. — Foto: Divulgação/Renault
Na sequência, os carros com desempenho menos econômico, em relação ao combustível derivado de petróleo, são:
Carros compactos – consumo de gasolina na cidade
Marca | Modelo | Versão | km por litro | Consumo energético |
Ford | Ka Hatch | FreeStyle | 10,7 | 1,84 MJ/km |
Peugeot | 208 | Griffe | 11,0 | 1,82 MJ/km |
Wolkswagen | Fox | Xtreme | 11,3 | 1,80 MJ/km |
Wolkswagen | Gol | 1.6 | 11,1 | 1,78 MJ/km |
Honda | Fit | DX | 11,6 | 1,72 MJ/km |
Toyota | Ethios | XPlus | 11,9 | 1,74MJ/km |
Hyundai | HB20 | Vision | 11,5 | 1,74 MJ/km |
Fonte: Programa Brasileiro de Etiquetagem
No caso dos modelos Fox, Ethios e HB20, os respectivos consumos energéticos colocam os veículos com selo C nas comparações por categoria e geral.
Sedan na cidade
Além de mais modelos, a categoria tem um outro diferencial em relação aos compactos listados pelo Inmetro: a variedade de tipos de propulsão. Se entre os compactos foram analisados apenas carros por combustão e elétrico, entre os Sedan também aparecem os híbridos (que combinam os dois tipos de energia e contam com dois motores distintos, mas que se complementam); e plug-in (que além da característica do híbrido conta com um cabo para recarregar as baterias).
Sem considerar a opção elétrica e movidos apenas por gasolina, os destaques Flex, motor 1.8, com 16 válvulas, Flex e propulsão à combustão que rodam menos quilômetros por litro de combustível e receberam a classificação D (comparação na categoria) e C (geral) são:
Carros Médios – consumo de gasolina na cidade
Marca | Modelo | Versão | km por litro | Consumo energético |
Fiat | Doblô* | Essence | 9,2 | 2,27 MJ/km |
Fiat | Cronos | 1,8; Drive; HGT; Precision | 9,8 | 1,99 MJ/km |
Chevrolet | Spin** | ACT | 10,2 | 2,0 MJ/km |
Chevrolet | Spin | LT | 10,5 | 1,91 MJ/km |
KIA | Rio*** | EX 1.6; LX 1.6 | 10,5 | 1,88 MJ/km |
Renault | Logan*** | Zen; Intense; Iconic | 10,9 | 1,92 MJ/km |
Chevrolet | Spin | LS2 | 11,0 | 1,84 MJ/km |
Fonte: Programa Brasileiro de Etiquetagem
* selos E e D; ** 8 válvulas; *** motor 1.6
Chevrolet Spin 2022 versão LS — Foto: Foto: Chevrolet | Divulgação