O Brasil registrou, de 24 a 31 de janeiro, 8 estados e o Distrito Federal com ocupação crítica nos leitos de UTI para Covid-19, informou a Fiocruz em boletim divulgado nesta quinta-feira (3). É um novo aumento em relação à semana passada, quando 6 estados, além do DF, estavam nessa situação.
A ocupação crítica significa uma taxa de 80% ou mais dos leitos ocupados. A situação atual é a pior desde a semana que terminou em 21 de junho de 2021, quando 14 estados e o DF estavam nessa situação.
No boletim, a fundação pontuou, entretanto, que o cenário da pandemia não é o mesmo registrado entre março e junho de 2021. Isso porque, mesmo com o acréscimo de leitos que ocorreu na maioria dos estados recentemente, a disponibilidade atual de leitos intensivos é bem menor.
Em entrevista ao g1, a pesquisadora Margareth Portela, do Observatório Covid-19/Fiocruz, reforçou esse ponto:
“Nossa grande referência sobre ocupações de UTI acaba sendo de março a junho do ano passado. Foi o maior pico. O que vivemos hoje é muito diferente, mas não podemos menosprezar os problemas que podemos ter”, alertou.
O que a pesquisadora tem observado é que os estados estão aumentando leitos conforme a demanda. “De uma forma geral, os estados vêm acrescentando 20 leitos, 30 leitos na outra semana. A minha impressão é que os gestores estão gerenciando e respondendo à necessidade”, disse.
Situação crítica
A pior taxa de ocupação dos leitos de UTI está em Mato Grosso do Sul, com 103% dos leitos ocupados. Veja a lista dos estados em situação crítica:
- Mato Grosso do Sul (103%)
- DF (97%)
- Goiás (91%)
- Pernambuco (88%)
- Piauí (87%)
- Mato Grosso e Rio Grande do Norte (86%)
- Espírito Santo (83%)
- Amazonas (80%)
A Fiocruz já vinha alertando para o aumento da ocupação dos leitos de UTI para síndrome respiratória aguda grave (SRAG) ou Covid-19 há pelo menos três semanas.
Acréscimo de leitos
A nota da Fiocruz também observa que houve aumento do número de leitos de UTI para síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e/ou Covid-19 em pelo menos 15 UFs.
Na semana de 24 a 31 de janeiro, foram os seguintes aumentos:
- Alagoas (de 162 para 172, acréscimo de 10 leitos)
- Acre (de 20 para 30, acréscimo de 10 leitos)
- Amazonas (de 86 para 109, acréscimo de 23 leitos)
- Bahia (de 580 para 594, acréscimo de 14 leitos)
- Ceará (de 328 para 419, acréscimo de 91 leitos)
- Distrito Federal (de 56 para 78, acréscimo de 22 leitos)
- Mato Grosso (de 201 para 257, acréscimo de 56 leitos)
- Mato Grosso do Sul (de 143 para 156, acréscimo de 13 leitos)
- Minas Gerais (de 2.120 para 2.151, acréscimo de 31 leitos)
- Pará (de 195 para 212, acréscimo de 17 leitos)
- Paraná (de 594 para 641, acréscimo de 47 leitos)
- Pernambuco (de 991 para 1.106, acréscimo de 115 leitos)
- Piauí (de 151 para 164, acréscimo de 13 leitos)
- Rio Grande do Norte (de 127 para 149, acréscimo de 22 leitos)
- Rondônia (de 113 para 125, acréscimo de 12 leitos)
A fundação afirmou não ter tido acesso aos dados de São Paulo e Paraíba.
Em dois estados, por outro lado, houve queda no número de leitos: Espírito Santo (384 para 363, diminuição de 21 leitos) e Santa Catarina (523 para 464, diminuição de 59 leitos). Ambos os estados entraram na zona de alerta (Espírito Santo em nível crítico e Santa Catarina, em nível intermediário).
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