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Mesmo proibidas, guerra de espadas são realizadas clandestinamente

Os artefatos explosivos utilizados na guerra de espadas, embora proibidos pelo Estatuto do Desarmamento desde 2003, continuam a ser produzidos e soltos em alguns municípios do interior e bairros da capital. 

Cidades como Cruz das Almas, Senhor do Bonfim e Ruy Barbosa registraram a soltura intensa de espadas com a abertura dos festejos juninos no início do mês e, nos dias subsequentes, de forma esporádica, mas ninguém foi preso pela prática.

Entretanto, dentre outras apreensões de menor porte este ano, teve destaque a operação em Sapeaçu, que localizou grande quantidade de materiais para a montagem, além de 25 dúzias dos artefatos já prontos para comercialização. “Isso é só um exemplo” afirmou o promotor de Justiça da Comarca de Cruz das Almas, José Reis Neto, salientando que toda a produção das espadas é clandestina.

Em todo estado, o trabalho tem a parceria das policias Civil e Militar, em sistema de plantão. Desde 2011, que a soltura é proibida por lei, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e depois de anos de debates provocados pelo MP-BA. 

Embora sem uma campanha de maior porte este ano, como aconteceu em 2019, a instituição está atuando desde o início do mês na disseminação de informações sobre o perigo que representa a soltura dos artefatos clandestinos e a importância da população denunciar a produção e a guerra pelas ruas. “É fundamental denunciar para o bem da comunidade, pois o potencial destes artefatos é de provocar ferimentos graves e até a morte”, disse o promotor. 

Natural de Cruz das Almas a professora Rosane Souza ressaltou que na família tem debates e diversas opiniões sobre o futuro deste costume. “Do jeito que está a gente se preocupa duas vezes. Pela possibilidade deles se machucarem e também de serem presos. Não está fácil”.

Apelo cultural

Assim como os espadeiros de Senhor do Bonfim, que lutaram na Justiça pelo direito de continuar com a tradição herdada dos antepassados, também em Cruz das Almas eles invocam o desejo de manter os costumes. “Não pode ser criminalizada uma prática que aprendi com meu pai, meu avô e meus tios. Queremos o direito de continuar com a tradição. A proibição parece que tira minha identidade”, disse um espadeiro de cidade do recôncavo, que prefere manter o nome em sigilo.

Mas a manutenção da guerra pelas ruas, de forma clandestina desde a proibição, não é uma vontade generalizada dos moradores destas cidades. Conforme a professora Rosane Souza, muitas pessoas querem que seja organizado com regulamentação dos artefatos e que a brincadeira aconteça em um local isolado. Em nota, a prefeitura de Cruz das Almas reconheceu a tradição, mas que prática está proibida pela Justiça. “O poder judiciário e as forças de segurança são responsáveis pela fiscalização e combate da prática”, consta a nota. (ATarde)

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