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CPI da Covid: governo Bolsonaro não quis fazer campanha de combate à doença, diz Mandetta

Convocado para prestar esclarecimentos durante a CPI da Covid no Senado, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta falou por quase sete horas sobre seu período à frente da pasta.

Entre tantos assuntos, Mandetta revelou que o governo Jair Bolsonaro não quis fazer uma campanha de comunicação oficial contra a Covid-19. E contou que passou a dar entrevistas diárias para suprir a ausência de informações prestadas pela União.

“Aquelas entrevistas, elas só existiam porque não havia o Plano de Comunicação. Não havia. O normal, quando se tem uma doença infecciosa, é você ter uma campanha institucional. Como foi, por exemplo, a Aids. Havia uma campanha onde se falava sobre a Aids, como pega, e orientava as pessoas a usar preservativo. Era difícil para a sociedade brasileira fazer, mas havia uma campanha oficial. Não havia como fazer uma campanha [contra a Covid]; Não queriam fazer uma campanha oficial”, disse.

Mandetta também afirmou que Bolsonaro foi alertado das consequências de não ouvir a ciência, inclusive com a estimativa de alto número de mortes caso não fossem seguidas as medidas indicadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). “Todas as recomendações, as fiz. Em público, nos boletins, nos conselhos de ministros, diretamente ao presidente, a todos os secretários de Saúde”, afirmou Mandetta. “Nunca tive discussão áspera, mas sempre coloquei (as recomendações) de maneira muito clara.”

O ex-ministro também disse que o isolamento social teria sido uma medida adequada no início da pandemia. Ele disse não ter sido diretamente pressionado pelo presidente a tomar medidas contrárias ao que era recomendado pela ciência, mas foi publicamente confrontado, o “que dava uma informação dúbia à sociedade”. “Sim, a postura (do presidente) trouxe um impacto (negativo). Você tem que ter, na pandemia, uma fala única. Esse vírus ataca a sociedade como um todo. Ele ataca o sistema de saúde a ponto de derrubá-lo”, afirmou.

Ainda segundo Mandetta, Bolsonaro não seguia as orientações técnicas do ministério e tinha uma “assessoria paralela”, da qual participava seu filho e estrategista digital Carlos Bolsonaro. Ele ainda afirmou ter visto uma minuta para incluir a covid-19 na bula da cloroquina via decreto presidencial, mesmo sem eficácia comprovada, mas disse desconhecer de quem foi a autoria e que a proposta não foi adiante. (Fonte: Metro 1)

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