No dia 23 de agosto a mulher Nilza Ribeiro dos Santos sofreu uma tentativa de homicídio, na localidade rural conhecida como Três Bicos no município de Aratuípe. Nilza foi atingida com 21 golpes de facão, sendo 7 golpes na cabeça, além de perder 3 dedos e quase ter a mão esquerda decepada, na tentativa de evitar as punhaladas fatais. O acusado foi identificado como Anilton Santos, companheiro da vítima que se encontra foragido.
Em entrevista ao repórter Antônio Carlos, da Andaiá FM, Nilza contou com detalhes sobre como tudo ocorreu antes da tentativa de homicídio, que segundo a vítima, foi gerada porque o acusado tinha ciúmes dela e não aceitava o fim do relacionamento, “eu estava trabalhando no bar naquele domingo, a mesa de sinuca estava atrapalhando a entrada, pedi para meu irmão tirar e colocar em outro lugar pois eu ia colocar uma mesa para distribuir ‘tira-gosto’. Anilton saiu de casa por volta das 6h da manhã para pagar uma carne de boi em meu primo que é açougueiro, retornou por volta das 13h e já chegou xingando, reclamando porque eu havia tirado a sinuca do local. Eu não sei se ele estava bebendo, ele estava xingando nomes fortes, repetindo que se ele estivesse no momento não iria deixar mudar a mesa de sinuca da entrada, pois a área seria dele. Ele nunca teve posse do estabelecimento”, declarou.
Nilza contou também sobre o momento do crime, sua reação ao tentar se defender dos golpes e como conseguiu garantir sua vida diante de um crime brutal, “todos os clientes foram embora, Anilton desligou a internet e continuou me xingando enquanto eu dizia que já bastava, que eu preferiria a separação. Foi muito vergonhoso o que eu passei, me senti decepcionada em frente aos meus clientes. No momento que eu exigir a separação, fui pegar uma goiaba para comer, minha filha estava chegando e gritando: ‘corre maínha [sic]’. Anilton já estava em cima de mim com um facão, me agredindo. Eu saí correndo pedindo socorro, ele falou que ia dar um golpe de facão na minha boca, e deferiu o primeiro golpe. O segundo foi no meu pescoço e eu me defendi com minhas próprias mãos, pois se eu tivesse pena da minha mão no momento, eu teria morrido. Cada facãozada [sic] que ele dava, eu colocava meu braço, minha mão, ia me defendendo. Eu corri de novo pedindo socorro, toda ensanguentada, enquanto ele fazia vários cortes em minha cabeça”, falou.
A sobrevivente afirmou que fingiu sua morte após os golpes,”eu me joguei em uma poça de água, fingindo que estava morta para que ele não me matasse, mas mesmo depois de caída e com vários cortes de facão, ele ainda me deu mais quatro golpes na cabeça. Anilton falou para minha filha que havia me matado e que iria fugir. Minha filha estava pedindo socorro, mas ele ainda cortou a mão dela. Ele achou que eu havia morrido, pois quando eu caí na poça eu falei: ‘adeus Tinho’. A intenção dele era me matar”, contou.
Nilza continuo dando detalhes do ocorrido, e afirmou que Anilton era um homem ciumento possessivo, “ele estava me matando e dizendo, que se eu não ficasse com ele, não ficaria com homem nenhum. Anilton ciumava até dos meus próprios filhos e netos, até minha moto se eu emprestasse a alguém, ele não gostava. Ele passou a ser um psicopata. Estamos morando juntos faz quase dois anos. A gente discutia muito, ele tinha crises de ciúmes, brigava para eu deixar o trabalho. Hoje eu estou melhor, graças a Deus, estou tendo cuidados aqui em casa, além do apoio da Secretaria de Saúde Municipal. Espero que a Justiça seja feita. A Polícia Civil está investigando o caso e a comunidade também tem me apoiado pedindo para que seja resolvido esse caso”, concluiu. (Voz da Bahia)